quarta-feira, 31 de outubro de 2007

SACI, parabéns!!

Ele pedalou no Raolim do SACI
Foto: 26/10/07 - CicloBR

Nós da bicicletada SP, nos antecipamos a comemoração.
Vamos juntos celebrar/comemorar o dia de hoje, com doce de abóbora com coco.

Para saciólogo, Dia do Saci é reafirmação da cultura brasileira*

Artistas, educadores, políticos e uma boa parcela da sociedade se mobiliza pela comemoração do dia do Saci em 31 de outubro há alguns anos. A idéia é de se homenagear o personagem do folclore nacional mais conhecido e descrito na literatura no mesmo dia em que, nos Estados Unidos, se comemora o Dia das Bruxas, ou o Raloin, na grafia dos saciólogos. Algumas cidades brasileiras, como São Paulo, já aprovaram leis que institui a data como dia do Saci e pela preservação da cultura nacional, mas o projeto que institui a data em âmbito nacional, ainda aguarda aprovação no Congresso Nacional.

Em entrevista a Fórum Mouzar Benedito, membro da Sociedade dos Observadores do Saci (Sosaci), entidade fundada em 2003, e colunista da Fórum, comenta sobre a lei que institui o dia 31 como dia do Saci e sua importância para a valorização da cultura brasileira. Mouzar também é autor do Anuário do Saci, uma agenda que vale por três anos e trás o “lado B da” história do Brasil, além das ilustrações de Ohí.


Fórum – Qual a situação da lei que institui o dia 31 como o Dia do Saci e qual a importância de se instituir a data?
Mouzar Benedito –
Existia dois Projeto de Lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e da deputada Angela Guadagnin (PT-SP), que se fundiram e foram apresentados à Comissão de Educação e Cultura, que aprovou [a medida]. Atualmente, está em aguardo para a votação em plenário. Mas o dia 31 já foi instituído em várias cidades do país. São Luiz do Piratininga, em São Paulo foi a primeira, depois o município e o estado de São Paulo sancionaram leis semelhantes. Em seguida, Vitória, no Espírito Santo e Ribeirão Preto, também em São Paulo. Esta semana, Angatuba (SP), aprovou o projeto e de lei e em pleno dia do saci [quarta-feira, 31], a Câmara de Fortaleza vota a lei. O projeto tramita em várias outras cidades do país, que ainda votarão.
Já faz alguns anos que, no dia 31, nosso povo está comemorando o Raloim, uma festa imperialista, deformadora do caráter das crianças. Precisamos nos contrapor a isso. O mais importante é legitimarmos a discussão da mitologia brasileira como resistência à invasão cultural.
Nós da Sosaci acreditamos que o dia 31 deve ser o Dia do Saci e seus amigos, justamente pela importância de valorizamos a cultura brasileira. Somente escolhemos o Saci para representar, pois ele é o mito brasileiro mais conhecido no país, além de representar à síntese dos três grandes povos que deram origem ao povo brasileira. O povo guarani, o povo africano e o povo europeu. O Saci, também representa muito bem o povo brasileiro, alegre e peralta.

Fórum – Haveria mais apoio ao dia do Saci se a data não coincidisse com o Dia das Bruxas?
Mouzar –
Olha, Raloim só se for com carne seca. O dia das bruxas é uma tradição importada e baseada em aspectos comerciais. Nossas crianças e nós adultos mesmo estamos esquecendo nosso folclore. Poderíamos estar errados na popularidade do Saci, mas de alguns anos para cá o Saci está ganhando espaço entre as bruxas. Na Sosaci, não conseguimos comparecer a todos os eventos a que somos convidados para falar sobre o Saci e o folclore brasileiro. Este ano até a CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] colocou o Saci em suas estações, com debates e palestras. E não é só São Paulo não. Posso ficar horas contando as coisas que estão acontecendo com o Saci. Em Itabira, terra de [Carlos] Drummond, as crianças participam de oficinas de pesquisa, redação e artes sobre folclore, além de ouvir histórias e fazer fantasias do Saci.

Fórum – Porque a Sosaci se define como uma ONC, Organização Não Capitalista?
Mouzar –
A Sosaci surgiu em 2003, em um boteco em São Luis do Piratininga, não imaginamos que teria a repercussão que teve e que tem. A primeira festa que a organização fez foi o Grito do Saci, para se contrapor ao Grito do Ipiranga. Começamos com doze pessoas e hoje somos quase mil sócios no país e alguns no exterior. Tudo isso reafirmando que não queremos que o dia 31 vire comercio. Nós, saciológos, não queremos lucrar com o Dia do Saci, só queremos disseminar e reafirmar a importância da cultura brasileira.

* Brunna Rosa

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Legislação

Dia do Saci no município de São Paulo


LEI N° 13.795 DE 04 DE MARÇO DE 2004

DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇAO DO DIA DO SACI NO ÂMBITO DA CIDADE DE SÃO PAULO.

(PROJETO DE LEI 696/03)

(VEREADORA Tita Dias/PT)

Arselino Tatto, Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, faz saber que a
Câmara Municipal de São Paulo, de acordo com o § 7° do artigo 42 da Lei
Orgânica do Município de São Paulo, promulga a seguinte lei:

Art. 1° Institui o dia 31 de outubro como o Dia do Saci, que passa a integrar
o Calendário Oficial de Datas e Eventos da Prefeitura de São Paulo.

Parágrafo único. A comemoração de que trata o "caput" pretende, através da figura do saci, festejar as figuras mitológicas da cultura nacional,promovendo e incentivando a leitura e elaboração de obras comprometidas comnossos valores e raízes.

Art. 2° Esta lei será regulamentada pelo Executivo no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 3° As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 4° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Câmara Municipal de São Paulo, 08 de março de 2004.

O Presidente, Arselino Tatto

Publicada na Secretaria Geral Parlamentar da Câmara Municipal de São Paulo,
em 08 de março de 2004.

O Secretário Geral Parlamentar, Marcos Antonio da Silva

DATA DE PUBLICAÇÃO: 10/03/2004

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Dia do Saci no Estado São Paulo


GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004

Projeto de lei nº 1128/2003, do deputado Afonso Lobato - PV

Institui o "Dia do Saci"

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1º - Fica Instituído o "Dia do Saci", a ser comemorado, anualmente, no dia 31 de outubro.

Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, aos 13 de janeiro de 2004.
Geraldo Alckmin

Cláudia Maria Costin - Secretária da Cultura
Arnaldo Madeira Secretário - Chefe da Casa Civil
Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 13 de janeiro de 2004

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Mais sobre o SACI

artigo

Música Dinho Nascimento

SOSACI

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Foto: 26/10/2007 - Fourier
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Até quando?


Mês de outubro, foi emblemático na "discussão sobre a questão da violência" no Brasil:

- o Artigo do Ferréz ( que aqui reproduzo) sobre o incidente com o ex-paulistano e apresentador global;

- O debate sobre o filme Tropa de Elite( um bom artigo do professor M.A. Nogueria, que tb reproduzo);

- As declarações do Gov. do Rio de Janeiro, sobre 'as raízes da violência' na cidade do Rj;


Opinião: Pensamentos de um "correria"

FERRÉZ
ELE ME olha, cumprimenta rápido e vai pra padaria. Acordou cedo, tratou de acordar o amigo que vai ser seu garupa e foi tomar café. A mãe já está na padaria também, pedindo dinheiro pra alguém pra tomar mais uma dose de cachaça. Ele finge não vê-la, toma seu café de um gole só e sai pra missão, que é como todos chamam fazer um assalto.
Se voltar com algo, seu filho, seus irmãos, sua mãe, sua tia, seu padrasto, todos vão gastar o dinheiro com ele, sem exigir de onde veio, sem nota fiscal, sem gerar impostos.
Quando o filho chora de fome, moral não vai ajudar. A selva de pedra criou suas leis, vidro escuro pra não ver dentro do carro, cada qual com sua vida, cada qual com seus problemas, sem tempo pra sentimentalismo. O menino no farol não consegue pedir dinheiro, o vidro escuro não deixa mostrar nada.
O motoboy tenta se afastar, desconfia, pois ele está com outro na garupa, lembra das 36 prestações que faltam pra quitar a moto, mas tem que arriscar e acelera, só tem 20 minutos pra entregar uma correspondência do outro lado da cidade, se atrasar a entrega, perde o serviço, se morrer no caminho, amanhã tem outro na vaga.
Quando passa pelos dois na moto, percebe que é da sua quebrada, dá um toque no acelerador e sai da reta, sabe que os caras estão pra fazer uma fita.
Enquanto isso, muitos em seus carros ouvem suas músicas, falam em seus celulares e pensam que estão vivos e num país legal.
Ele anda devagar entre os carros, o garupa está atento, se a missão falhar, não terá homenagem póstuma, deixará uma família destroçada, porque a sua já é, e não terá uma multidão triste por sua morte. Será apenas mais um coitado com capacete velho e um 38 enferrujado jogado no chão, atrapalhando o trânsito.
Teve infância, isso teve, tudo bem que sem nada demais, mas sua mãe o levava ao circo todos os anos, só parou depois que seu novo marido a proibiu de sair de casa. Ela começou a beber a mesma bebida que os programas de TV mostram nos seus comerciais, só que, neles, ninguém sofre por beber.
Teve educação, a mesma que todos da sua comunidade tiveram, quase nada que sirva pro século 21. A professora passava um monte de coisa na lousa -mas, pra que estudar se, pela nova lei do governo, todo mundo é aprovado?
Ainda menino, quando assistia às propagandas, entendia que ou você tem ou você não é nada, sabia que era melhor viver pouco como alguém do que morrer velho como ninguém.
Leu em algum lugar que São Paulo está ficando indefensável, mas não sabia o que queriam dizer, defesa de quem? Parece assunto de guerra. Não acreditava em heróis, isso não!
Nunca gostou do super-homem nem de nenhum desses caras americanos, preferia respeitar os malandros mais velhos que moravam no seu bairro, o exemplo é aquele ali e pronto.
Tomava tapa na cara do seu padrasto, tomava tapa na cara dos policiais, mas nunca deu tapa na cara de nenhuma das suas vítimas. Ou matava logo ou saía fora.
Era da seguinte opinião: nunca iria num programa de auditório se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua pra ganhar o suficiente pra cobrir as dívidas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que, apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada. Tantas pessoas que conheceu que trabalharam a vida inteira sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e, no final, ficaram velhas, morreram e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos!
Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.
Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro nem teria segunda chance. O correria decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.
No final das contas, todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso, que é sua vida, e o correria ficou com o relógio.
Não vejo motivo pra reclamação, afinal, num mundo indefensável, até que o rolo foi justo pra ambas as partes.

REGINALDO FERREIRA DA SILVA, 31, o Ferréz, escritor e rapper, é autor de "Capão Pecado", romance sobre o cotidiano violento do bairro do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, onde ele vive, e de "Ninguém é Inocente em São Paulo", entre outras obras.

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Artigo enviado pelo profº e amigo R. Prando

O Estado de S. Paulo, 27 de outubro de 2007, p. A2.

Radicalização periférica

Marco Aurélio Nogueira

Logo no início de Tropa de Elite – o interessantíssimo e polêmico filme de José Padilha – fica-se sabendo que polícia, crime e tráfico fazem parte de um mesmo sistema: entrelaçam-se como fios de novelos gêmeos, corrompem-se e se degradam mutuamente. Quase de imediato percebe-se também que o entrelaçamento é mais profundo. Nos morros e na cidade, os desejos de consumo, os estilos, a linguagem e os comportamentos sugerem uma ausência de distância social, ainda que seja escandalosamente ostensiva a disparidade de renda, educação e oportunidades entre aqueles mundos unidos pela diluição ética e pelo ofuscamento do futuro.

Os morros retratados no filme são ambientes abandonados, assistidos por uma ONG bem-intencionada, mas não pelo poder público. Jovens burgueses e de classe média compartilham espaços e drogas com jovens pobres, marginais e crianças, misturando de modo louco universos que, na base da sociedade, são incomunicáveis e se rejeitam com veemência. Parece não haver classes naquela “comunidade” unida pelo desejo de sobreviver, de consumir, de “fazer algo” e acontecer, sempre que possível contra o Estado (a polícia). Mas a exclusão, a miséria, a falta de perspectivas explodem por toda parte, a evidenciar um dilaceramento social extensivo. A violência generalizada é seu fermento, a dificuldade comunicacional seu combustível. Não é somente a truculenta e fascista elite da tropa que se revela desqualificada para propor uma saída: todos – traficantes, universitários, políticos – chafurdam na mesma impossibilidade de ação positiva, dramaticamente abraçados.

Pode-se até dizer que o filme exagera na apresentação da violência, que nos morros também há gente decente dedicada a alcançar patamares consistentes de dignidade e sobrevivência. Que a polícia não é só aquilo que se vê, uma corporação corroída pela corrupção, pelo despreparo e pela luta interna. Como toda obra de arte, Tropa de Elite dá margem a muitas interpretações. Pode ter fascinado alguns brucutus de plantão e seduzido aquela parcela da população que acredita na lei do cão, mas não deixa ninguém indiferente. Ao desnudar uma situação lancinante, explosiva, faz um irrecusável convite à reflexão. Incentiva-nos a pensar no Brasil atual, onde o moderno está ao mesmo tempo radicalizado (repleto de tecnologia, individualizado e desinstitucionalizado) e aprisionado pela condição periférica do país, que nos mantém com boa parte do corpo submerso na pobreza, na ignorância e no atraso econômico-social.

O entrelaçamento destas duas “lógicas”, a da modernidade radicalizada e a da condição periférica, a do celular e a da miséria, dá cores ao Brasil atual. Voracidade produtiva e consumista, desejo contínuo de exposição, diversão e velocidade, conectividade fácil, desengajamento, fuga do Estado e da política – são fenômenos derivados do moderno que se radicaliza. Vida que escoa pelos dedos, sem direção e sem formato estável: “líquida”, na sugestiva linguagem metafórica de Zigmunt Bauman. A condição periférica, por sua vez, nos encharca de pobreza, de violência, de luta insana pela existência, de indigência e não-reconhecimento, de massas subalternizadas, vistas como ameaça e problema, não como fato humano ou gente. A interpenetração das duas condições produz um tipo de vida: dinâmica, frenética, desigual, efêmera, inevitavelmente insegura e perigosa. Se a inovação tecnológica infrene apaga as distâncias de tempo/espaço, ela ao mesmo tempo polariza a convivência, separando as pessoas, por exemplo, em incluídos e excluídos digitais ou informacionais. Ao passo que, para uns, drogas e celulares são meios de vida, para outros são fontes de prazer e entretenimento.

Encontramos traços deste modo de ser por onde quer que caminhemos. Ou será que as dificuldades e incertezas da escola e da educação têm a ver somente com fracasso pedagógico ou despreparo dos professores? A longa e interminável crise do Congresso seria por acaso o resultado exclusivo da mediocridade da classe política? E o que dizer da condição falimentar dos partidos? Podemos nos contentar em atribuir as seguidas tragédias (aéreas, rodoviárias, urbanas, hospitalares) de nossos dias somente aos “sistemas” e a seus operadores?

A modernidade radicalizada periférica está pulsando em nossos nichos sistêmicos e existenciais. A vida líquida, por aqui, é ainda mais informe. Não necessitaríamos de filmes como Tropa de Elite para saber disso. Bastaria olhar para os ambientes em que julgamos estar nossas maiores virtudes: nossas instituições, da família aos sindicatos, passando pelas escolas e pelos tribunais, pelo mercado e pelo Estado. Tudo parece meio desfocado e fora de controle: em transição acelerada, recomposição e “sofrimento”. Há coisas novas despontando, coisas velhas ruindo com estardalhaço, outras fenecendo em silêncio. O tom dominante é de dúvida, medo, incerteza e insegurança, mas não há como desprezar a potência positiva daquilo que emerge, nem achar que todos os cidadãos se deixaram contaminar por igual e não se orientam mais por nenhum valor cívico (a honestidade, a decência, a integridade) ou aposta política.

A questão, como sempre, está na contradição e na ambivalência. Aquilo que se mostra mais “emancipador” – a liberdade de escolha, a mobilidade, a democratização dos relacionamentos – também traz consigo novas injustiças e a reiteração de problemas já conhecidos: vantagens e oportunidades desigualmente distribuídas, hierarquias e assimetrias de novo tipo, exclusões inaceitáveis.

A época é estranha, turbulenta, difícil de ser decodificada. Ela está a nos dizer que problemas e conflitos não podem ser resolvidos por medidas unilaterais ou discursos fáceis. Dependemos sempre mais de pensamento crítico articulado e de políticas inteligentes, contínuas, democráticas, que valorizem as pessoas e produzam resultados sustentáveis.


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Um exemplo

Em Sevilha, na Espanha, promoveram uma bicicletada contra a a eterna Dívida Externa.
Quem sabe, um exemplo para nós aqui em São Paulo e no Brasil.


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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Aqui e Lá

"Diz um aviso que eu li.."

Na Argentina ( qual a cidade?)

Em São Paulo, em um Parque Público, da Z. Noroeste

Lição de Casa

Na agenda de minha filha, aluna do 3º ano (antiga 2ª série), a solicitação: Traga artigos, reportagens, sobre Trânsito e transporte, para o dia 01/11. Falei com ela, sobre nossas entrevistas sobre uso cotidiano da bicicleta na grande cidade, como forma de se evitar o trânsito e uma forma de transporte. A negativa, sempre constante, afinal a professora, solicitou reportagens/artigos e não entrevistas. Iniciei a verificação em nossos arquivos digitais, sobre o assunto em pauta e encontro o brilhante texto do Frei Beto.

Campanha do Roda Fixa

Necrocombustíveis : vamos alimentar carros e desnutrir pessoas? (texto de Frei Betto)



O prefixo grego bio significa vida; necro, morte. O combustível extraído de plantas traz vida? No meu tempo de escola primária, a história do Brasil dividia-se em ciclos: pau-brasil, ouro, cana, café etc. A classificação não é de todo insensata. Agora estamos em pleno ciclo dos agrocombustíveis, incorrectamente chamados de biocombustíveis.

Este novo ciclo provoca o aumento dos preços dos alimentos, já denunciado por Fidel Castro [ver Fraternizar n.º 166]. Estudo da OCDE e da FAO, divulgado a 4 de Julho, indica que “os biocom¬bustíveis terão forte impacto na agricultura entre 2007 e 2016.” Os preços agrícolas ficarão acima da média dos últimos dez anos. Os grãos deverão custar de 20% a 50% mais. No Brasil, a população pagou três vezes mais pelos alimentos no primeiro semestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2006.

Vamos alimentar carros e desnutrir pessoas. Há 800 milhões de veículos automotores no mundo. O mesmo número de pessoas sobrevive em desnutrição crónica. O que inquieta é que nenhum dos governos entusiasmados com os agrocombustíveis questiona o modelo de transporte individual, como se os lucros da indústria automobilística fossem intocáveis.

Os preços dos alimentos já sobem em ritmo acelerado na Europa, na China, na Índia e nos EUA. A agflação – a inflação dos produtos agrícolas – deve chegar, este ano, a 4% nos EUA, com¬parada ao aumento de 2,5% em 2006. Lá, como o milho está quase todo destinado à produção de etanol, o preço do frango subiu 30% nos últimos doze meses. E o leite deve subir 14% este ano. Na Europa, a manteiga já está 40% mais cara. No México, houve mobilização popular contra o aumento de 60% no preço das tortillas, feitas de milho.

O etanol made in USA, produzido a partir do milho, fez dobrar o preço deste grão em um ano. Não que os ianques gostem tanto de milho (excepto pipoca). Porém, o milho é componente essencial na ração de suínos, bovinos e aves, o que eleva o custo de criação desses animais, encarecendo derivados como carne, leite, manteiga e ovos.

Como hoje quem manda é o mercado, acontece nos EUA o que se reproduz no Brasil com a cana: os produtores de soja, algodão e outros bens agrícolas abandonam seus cultivos tradicionais pelo novo “ouro” agrícola: o milho lá, a cana aqui. Isso repercute-se nos preços da soja, do algodão e de toda a cadeia alimentar, considerando que os EUA são responsáveis por metade da exportação mundial de grãos.

Nos EUA, já há lobbies de produtores de bovinos, suínos, caprinos e aves pressionando o Congresso para que se reduza o subsídio aos produtores de etanol. Preferem que se importe eta¬nol do Brasil, à base de cana, de modo a evitar-se ainda mais a alta do preço da ração.
A desnutrição ameaça, hoje, 52,4 mi¬lhões de latino-americanos e caribenhos, 10% da população do Continente. Com a expansão das áreas de cultivo votadas à produção de etanol, corre-se o risco dele se transformar, de facto, em necrocombustível – predador de vidas humanas.
No Brasil, o governo já puniu, este ano, fazendas cujos canaviais dependiam de trabalho escravo. E tudo indica que a expansão dessa lavoura no Sudeste empurrará a produção de soja Amazónia adentro, provocando o des¬ma¬tamento de uma região que já perdeu, em área florestal, o equivalente ao território de 14 estados de Ala¬goas.
A produção de cana no Brasil é historicamente conhecida pela super-exploração do trabalho, destruição do meio ambiente e apropriação indevida de recursos públicos. As usinas se caracterizam pela concentração de terras para o monocultivo voltado à exportação. Utilizam em geral mão-de-obra migrante, os bóias-frias, sem direitos trabalhistas regulamentados. Os trabalhadores são (mal) remunerados pela quantidade de cana cortada, e não pelo número de horas trabalhadas. E ainda assim não têm controle sobre a pesagem do que produzem.
Alguns chegam a cortar, obrigados, 15 toneladas por dia. Tamanho esforço causa sérios problemas de saúde, co¬mo caibras e tendinites, afectando a coluna e os pés. A maioria das contratações dá-se por intermediários (trabalho terceirizado) ou “gatos”, arregi¬mentadores de trabalho escravo ou semi-escravo. Após 1850, um escravo costumava trabalhar no corte de cana por 15 a 20 anos. Hoje, o trabalho excessivo reduziu este tempo médio para 12 anos.

O entusiasmo de Bush e Lula pelo etanol faz com que usineiros alagoanos e paulistas disputem, palmo a palmo, cada pedaço de terra do Triângulo Mineiro. Segundo o repórter Amaury Ribeiro Jr, em menos de quatro anos, 300 mil hectares de cana foram plantados em antigas áreas de pastagens e de agricultura. A instalação de uma dezena de usinas novas, próximas a Ube¬raba, gerou a criação de 10 mil empregos e fez a produção de álcool em Minas saltar de 630 milhões de litros em 2003 para 1,7 bilhão este ano.
A migração de mão-de-obra desqualificada rumo aos canaviais – 20 mil bóias-frias por ano - produz, além do aumento de favelas, o de assassinatos, tráfico de drogas, comércio de crianças e de adolescentes destinados à prostituição.

O governo brasileiro precisa livrar-se da sua síndrome de Colosso (a famosa tela de Goya). Antes de transformar o país num imenso canavial e so¬nhar com a energia atómica, deveria priorizar fontes de energia alternativa abundantes no Brasil, como hidráulica, solar e eólica. E cuidar de alimentar os sofridos famintos, antes de enriquecer os “heróicos” usineiros.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

PEDALE e doe LIVROS.



CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE ÀS BIBLIOTECAS DO MST: APOIE A REFORMA AGRÁRIA – DOE LIVROS!
Temos a honra de ter como patrono o professor Antonio Candido, um dos maiores e melhores intelectuais que o Brasil produziu nos últimos anos, cujas palavras resumem bem o espírito da nossa Campanha: “Não ter acesso ao livro é ser privado de um alimento fundamental”.

Um dos princípios defendidos por CHE - um homem que dedicou a vida ao sonho de um mundo mais justo- e por todos os revolucionários é o conhecimento como arma de transformação. Imbuído deste espírito, o MST lançou no dia 8, aqui em São Paulo, a Campanha de Solidariedade às Bibliotecas do MST.

A Campanha pretende construir bibliotecas populares nas áreas da Reforma Agrária e ampliar o acervo das mais de 40 bibliotecas já existentes em escolas e centros de formação do MST. Uma campanha sem limites seja de quantidade ou de áreas de conhecimento.

Queremos pão. Queremos rosas. Queremos acesso às diferentes culturas produzidas pela humanidade, tão imensa e tão contraditória. “Queremos uma vida verdadeira” como já dizia o poeta. Queremos muitas bibliotecas, sejam itinerantes ou fixas, em todas as nossas comunidades. Estamos certos de que este grande esforço coletivo levantará não só milhares de livros para nossos jovens, crianças, mulheres e homens do campo, mas possibilitará uma vida mais humana, mais plena e livre. E uma pátria mais justa e soberana! Contamos mais uma vez com seu apoio e solidariedade para mais uma missão nobre, que será o ato de buscar alimento à alma e à consciência, obtendo bons livros.


Para doar aqui na cidade:
São Paulo – Rosana Santos - rosanamst@yahoo.com.br ou rosana_mst@hotmail.com;
Secretaria Estadual SP: mstsp@mst.org.br.
Secretaria Nacional do MST: secgeral@mst.org.br. com Andrea Francine.


Mais Informações:
MST
Solidariedade às bibliotecas
Doações em outros estados

domingo, 28 de outubro de 2007

SACICLETADA NO RAOLIM

E o SACI?
Apareceu!!

Somos SACIs.

Quero o meu Bambuzal.

Afinal 42 'sacis' que pedalam na cidade, se encontraram na noite de lua cheia. Pedro e Paulo, deram uma força, não prolongando a chuva, que insistia em cair, na av. paulista. Se bicicleta é poesia, bicicletada é diversão e arte!

mais relatos:

Panoptico


ContraPontoeFuga

Apocalipse Morotizado

CicloBR

Fotos:

Contrapontoefuga

Fourier

Panoptico

Pedalante

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+ uma entrevista



Bicicletada em São Paulo põe mobilidade e o saci em discussão

Por Anselmo Massad [Sexta-Feira, 26 de Outubro de 2007 às 16:55hs]

"Em São Paulo, terra de modernistas e antropofágicos, a Bicicletada de Outubro irá resgatar mitos e lendas brasileiros no Raloim do Saci", avisa a convocação da bicicletada de outubro. Pererê e outros personagens do folclore e da literatura brasileira "já confirmaram presença".


Convite eletrônico do movimento

Raloim do saci é o tema da bicicletada que acontece na noite desta sexta-feira, 26, em São Paulo. Os ciclistas promovem pelo menos uma manifestação por mês em defesa da mobilidade urbana, lembrando a necessidade de menos carros, mais transporte público e áreas verdes na cidade.

O professor Antonio Lacerda Miotto, o Toni, um dos integrantes da bicicletada, explica que o grupo não é uma organização, mas um movimento horizontal. São organizadas bicicletadas em várias cidades do país, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

No Brasil e em Portugal, o movimento adota o nome de bicicletada, mas em outros países é conhecido como "Critical Mass", ou Massa Crítica. Criado nos Estados Unidos em setembro 1992, os passeios de bicicleta em grandes cidades teve inspiração no comportamento dos ciclistas chineses. Ao chegar a um cruzamento ou avenida movimentada, eles são obrigados a esperar um volume de bicicletas grande o suficiente para entrar na via.

Em São Paulo, a atividade é mantida há cinco anos e teve seu auge no dia 22 de setembro deste ano, no Dia Mundial sem Carro. Devido à divulgação da data promovida por entidades como o Movimento Nossa São Paulo é Outra Cidade, foram 320 ciclistas.

Toni, em visita à redação da revista Fórum, em São Paulo, defendeu a necessidade de os sindicatos incorporarem reivindicações a respeito de condições de tráfego de bicicletas como meio de transporte de trabalhadores, já que a opção vem sendo adotada por mais pessoas na cidade. Entre os motivos, o preço do transporte público,

A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) estima em 215 mil os ciclistas que usam o meio de transporte diariamente, cerca de 53% do total de bicicletas na cidade. A parcial da pesquisa de origem-destino realizada pelo Metrô paulistano, ainda não concluída, indica mais de 300 mil pessoas que pedalam no caminho de casa ao trabalho e vice-versa.

Poluição Toni conta que se desloca cerca de 10 quilômetros por dia de bicicleta para ir e voltar do trabalho. Um dia por semana, carrega a bicicleta dobrável no ônibus até Campinas, onde trabalha às quartas-feiras à noite. Quando o dia está seco ou a poluição do ar acentuada, recorre a ônibus e anda a pé.

Segundo o médico Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, oito pessoas morrem na capital paulista por doenças decorrentes da poluição. "Bicicleta é 'CO2 zero'", alerta Toni, em referência a um dos lemas das bicicletadas.

Bicicletada do Raloim do Saci em São Paulo Concentração folclórica às 18h na Praça do ciclista entre a rua da Consolação e a Bela Cintra na avenida Paulista - Pedalada às 20h



Saiba mais Bicicletada
Critical mass (Massa crítica) página com links par as bicicletads em várias partes do mundo.
Nossa São Paulo é outra cidade

Blogues de ciclistas
Pedalante
Apocalipse motorizado
Ciclo BR

Documentário
"Sociedade do automóvel" (39 minutos)
de Branca Nunes e Thiago Benicchio

Anselmo Massad

100 km na dobrável

Depois de uma divulgação na lista da bicicletada/sp, comprei a bicicletada dobrável. E a nossa aventura começou, em 3 dias foram 100 km, nas ruas da cidade de São Paulo e Mauá.

Terminal de ônibus da Lapa


Na cidade de Mauá
Foto: 21/10/07 - Passeio da ASCOBIKE

Outros relatos:

Para que serve uma dobrável


Bicicletas dobravéis

Alternativas para o Trânsito

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1º Passeio ASCOBIKE

Em 2001, o Adilson, funcionário da CPTM, lotado na estação Mauá, resolve criar uma associação de usuários de bicicletas na cidade de Mauá, com o objetivo de promover o uso desse meio de transporte e também garantir a utilização de um espaço para que todos/as pudessem guardar suas bicicletas.
Agora em 2007, para comemorar as conquistas, a ASCOBIKE, promoveu seu 1º passeio, e lá estivemos.

Foto: 21/10/07

Reprodução de um ralato da lista da bicicletada/sp:

"O passeio em Mauá foi bem legal, aproximadamente 600 pessoas. Muitas crianças e boa vontade. O lema da bicicletada foi "Pedalar Diminui o Aqueicimento Global." Genial.
Quero insistir a aqueles que não conhecem o bicicletario de Mauá, o ASCOBIKE, a visitar ele. É realmente impactante ver ele funcionar e pensar que é um model completamente reproduzivel.
São tem que tomar a Linhea D da CPTM até Mauá. Parabens para Adilson Alcantara, Presidente do ASCOBIKE!!!!
Jonas"

Foto: 21/10/2007

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Mais fotos

Divulgação

Sobre a ASCOBIKE

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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Diversão e Arte: a bicicletada da Lapa - out 07

Pedalar de casa até a praça do terminal lapa, são 3 minutos. No caminho, só me recordo de poesia:
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Insônia (Álvaro de Campos)

Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,

E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo;
não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer...

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Fotos: 20/10/07

Entre uma conversa e outra, os preparativos iniciais.


Somos 7 participantes, queremos divulgar a bicicletada na Lapa e região e também promover a instalação de bicicletários nos locais públicos/privados.


No trajeto, uma exposição no Sesc Pompéia. Se bicicleta é poesia, bicicletada é diversão e arte.

não pergunte, olhe!

No Sesc, encontramos mais um ciclo-amicci, e de lá juntos para a pizzaria

comer, comer...

a MASSA é CRÍTICA

xxx

Leiam o relato/desabafo do gb

"Saí uma 16:00hs de casa, contando que normalmente gasto 30 minutos pra chegar na Lapa, levei fechadas feias, quebrei dois vidros da frente de dois f... que fecharam, deu policia.. blabla(...) Resumindo.. QUE M!

De sábado tem mto f.. que não sabe dirigir, muito mais f.. que não sabem as leis de trânsito e buzinam, fecham.. tô de mudança pro Paraná.. São Paulo já éra, declaro essa cidade fudida pelos políticos e pela poluição(...) - uma velha bocuda ou um jovem "vivendo lá vida louca" resolve que minha bicicleta que está no local errado, eu que sou o abusado, eu que estou errado, que rua é pra carros, que estou alí pq sou abusado e quero morrer (...)"

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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mea Culpa

Confesso, cometi um pecado mortal: comprei a revista americana escrita em português (Não leio e naõ acredito). Não resisti ao apelo da capa, a curiosidade foi maior.

Fiquei muito chateado, afinal "El sueño de la razón produce monstruos"*. Abaixo uma reflexão da lista nacional da bicicletada( um bom resumo):

"Apesar de aparecer na foto da capa, a bicicleta é citada na reportagem apenas num trecho sobre um casal alternativo, que entre outras "medidas radicais", deixou de usar papel higiênico e só anda a pé ou de bicicleta.
Num sei não, mas a reportagem me pareceu o contrário da capa... eles deram muita ênfase para os "céticos", aqueles cientistas que defendem que o efeito estufa não é tão grave assim, que após a queda do Muro a esquerda (=os comunistas) se apegaram a esta doutrina para combater o capitalismo e que algumas medidas para "salvar a terra" não têm sustentação econômica....Bom, pelo menos a bici saiu na capa!
p.s. Ainda bem que não comprei a revista... li na casa da minha sogra.

D. "


* "O sono da razão produz monstros"
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domingo, 21 de outubro de 2007

Raolim do Saci

Depois da bicicletada da Lapa(20/10) e do passeio ciclo da Ascobike, na cidade de Mauá, é chegada a hora na nossa bicicletada do mês de outubro.

Arte Polly

Em São Paulo, terra de modernistas e antropofágicos, a Bicicletada de Outubro irá resgatar mitos e lendas brasileiros no Raloim do Saci.

Pererê, Trique, Saçurá, Mula Sem Cabeça, MBoitatá, Homem do Saco, Curupira, Iara, Lobisomem, Bicho Papão, Cuca e até a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo já confirmaram presença.

Venha fantasiado, traga seu veículo não-motorizado e participe desta festa na primeira noite de lua cheia. Bruxas e fantasmas também são bem-vindos (mas cuidado: o Saci brincalhão costuma aprontar com estrangeiros).

As atividades lúdico-educativas começam às 18h, na Praça do Saciclista.

Às 20h, um pedal-festivo para esconder o trânsito.


: . : . : . convite animado

: . : . : . panfletos e cartazes

: . : . : . relatos, fotos e vídeos

: . : . : . massa crítica - wikipedia

: . : . : . sobre o Saci

: . : . : . mais sobre o Saci


sábado, 20 de outubro de 2007

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Uma poesia, depois de uma conversa.

Seria bom ter pedalado. Mas a chuva, não permitiu.

METAMORFOSE

Se colocarem pedras no meu leito

me farei torrente, imensa cachoeira

saltando, sobre tudo, impetuosa.

Se conseguirem fechar todas as saídas

penetrarei no solo, lentamente,

indo jorrar nas fontes cristalinas.

Se não deixarem que eu brote da terra

serei vapor vestindo nuvens,

com o mais negro véu de tempestade.

Provocarei relâmpagos, desabarei

rompendo diques e inundando tudo,

encantando-me, finalmente, com o oceano.

Tânia Melo - Poemas nos Ônibus/15ª ed.

p.s. Depois dos pingos nos 'is' uma 'CONVERSA FRANCA FAZ BONS AMIGOS'!

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Formação de Quadrilha

Achei que valeria avisar sobre esta ação. é uma galera do C M I ( centro de mídia independente) que está organizando, e acho que vai ser divertido! (além do que, esta estória de "formação de quadrilha" é o fim da picada!).
MV por email da lista da bicicletada.

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A PRAÇA É DO CICLISTA

Depois de diversas bicicletadas, sempre como ponto de encontro, a Av. Paulista X Consolação, o 'poder público' reconhece nossa existência: Publicado hoje, no D.O.M


LEI Nº 14.530, DE 17 DE OUTUBRO DE 2007

Denomina Praça do Ciclista o espaço livre sem denominação, localizado no canteiro central da Avenida Paulista, entre a Rua da Consolação e a Rua Bela Cintra, e dá outras providências.


O Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, nos termos do disposto no inciso I do artigo 84 do seu Regimento Interno, decretou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1º Fica denominado Praça do Ciclista o espaço livre sem denominação, localizado no canteiro central da Avenida Paulista, entre a Rua da Consolação e a Rua Bela Cintra (Setor 10 - Quadras 50 e 65), situado nos distritos da Consolação e Jardim Paulista, Subprefeituras da Sé e Pinheiros, respectivamente.

Art. 2º As despesas decorrentes da execução da presente lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 17 de outubro de 2007, 454º da fundação de São Paulo.

mapa do local
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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

BICICLETADA LOCAL LAPA - OUTUBRO 07

Bicicletada Local da Lapa

arte polly


A iniciativa de descentralização da Bicicletada em São Paulo acontece no
bairro da Lapa no dia 20 de outubro. A Bicicletada Local - Lapa tem
encontro marcado para as 17h, na praça Miguel Dell'Erba, em frente ao
Terminal de ônibus da Rua Guaicurus.

Desejamos:
- Divulgar, estimular e promover a BICICLETADA em São Paulo;
- Estimular a instalação de bicicletários e paraciclos, em conformidade
com a legislação municipal.


DIA 20 DE OUTUBRO
HORÁRIO: 17h
LOCAL: Praça Miguel Dell'Erba, em frente ao Terminal de ônibus da Rua
Guaicurus.




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terça-feira, 16 de outubro de 2007

A B S U R D O ! ! !

Toda Solidariedade ao João.

"Eis o gentil bilhete que foi deixado em minha bicicleta dia 10/10.
Algumas observações sobre a sempre difícil tarefa de distinguir o avesso e o direito, quando de trata das relações com o estado:

1) O bilhete foi escrito no verso do formulário oficial.

2) O formulário oficial tem campos interessantíssimos, como "natural" (sintético?); "natureza" (degradada?); "cor" (coração); ocupação (contemplador?) etc. Repare-se na propriedade do título: "Anotações da segurança", do qual se entende que há uma entidade chamada "A Segurança". Repare-se, também, que não há campo para que A Segurança se identifique. Ou ela não tem nome, cor, ocupação?

3) A caligrafia cuidadosa e bem desenhada facilita que se leiam , agora na frente (ou no verso), as entrelinhas:

4) "favor": se é um favor, posso não atendê-lo?

5) "gradis e postes" do terminal e acessos do metrô: uma designação bastante imprecisa, algo assim como "meu feudo".

6) "do contrário teremos que cortar a corrente e recolhê-la à Regional": ah! eis a parte mais bonita do bilhete! Uma ameaça! Aliás, nada desprezível: o que é Regional? Onde fica? Caso isso aconteça quem devo procurar? Enfim, nada como um pouco de nomes desconhecidos para assustar o cidadão. Simpático, também, o "teremos", pois dá a entender que não é esta a intenção 'deles', mas serão obrigados a fazer isso.

7) Aqui, chegamos no êxtase da comunicação ambígua: nós quem? teremos quem? quem assina o bilhete? a assinatura (o timbre do metrô) está do lado contrário. Avesso ou direito?

8) Finalmente, um singelo "obrigado". Obrigado por quê? Por eu lhe dar a oportunidade de você(s) me ameaçarem, ameaçarem meu veículo e ainda passarem por gentis e atenciosos?
De nada.

João Campos"

Imagem: João


A pergunta que fica, o quê fazer?

a) Em uma próxima bicicletada, comparecer no metrô Vila Madalena, e entregar uma 'carta de repúdio' a ação do 'segurança' ?

b) promover ações, junto ao metrô de SP, para que oriente seu funcionários, sobre a forma correta de tratar o ciclista urbano e usuário do metrô ?

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" Hoje(16/10) passei pela estação V. Madalena e tentei recolher mais informações. O que busco é saber o que legitima o metrô a proibir que se prendam bicicletas em suas imediações.
Perguntei ao responsável pela segurança, que me respondeu assim: – Qualquer objeto encontrado na área do metrô deve ser recolhido e encaminhado para ACHADOS e PERDIDOS.
Disse-lhe que, se a bicicleta está amarrada com cadeado, dificilmente pode se considerada PERDIDA. Além do mais o bilhete que recebi falava que a bicicleta seria mandada para a regional.
Ele respondeu: – É procedimento do metrô.
Pedi-lhe para me indicar onde encontrar esse 'procedimento' e ele me deu um 0800. Quando lhe pedi o nome do chefe da segurança, ele se negou a informar. Perguntei-lhe se essa era uma informação secreta e ele disse que não ia dar. Indaguei-lhe se essa era uma orientação do metrô ou uma decisão pessoal, ele respondeu que era uma decisão pessoal.
Toquei minha vida até a Sé e lá descobri que há um atendimento ao usuário.
Contei a mesma história e obtive a seguinte resposta: – É um procedimento interno do metrô.
Pedi que me mostrasse onde estava escrito que não podia parar bicicletas e ela disse que não podia mostrar, que isso era assunto interno do metrô.
Argumentei que, como envolvia pessoas que não eram do metrô, não podia ser assunto interno! Ela disse que não podia mostrar nada e também falou que não podia fornecer o nome dos chefes da segurança.
Vejam: é preciso tomar muito cuidado nessas situações para não desenvolver sentimentos negativos, como raiva. Tanto o rapaz da Vila quanto a moça da Sé nada têm a ver com esse assunto. Tampouco o chefe da segurança. Trata-se de um problema com o metrô, organização, estrutura e mistério. Portanto, esses relatos não devem servir para causar indignação, revolta ou raiva, mas para nos esclarecer quanto às regras do jogo em que estamos metidos.
Tudo o que quero é o nome de quem colocou o bilhete e saber se há um instrumento legal que legitime a proibição.
Estou mandando essas informações para a ouvidoria, assim que alguma resposta chegar informo a lista.
abs.
João"

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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

NA HOLANDA

O abuso, também faz escola, em um país, que a bicicleta é um meio de transporte.

Haya, publicado em 30/08/2007 no Ciclofilia
Imagem: Ciclofilia

E agora Hans?

No dia do Professor, POESIAS

Imagem: Ciclofilia

Iniciamos um diálogo, sobre as bicicletas em nossa cidade, avançou para um T.C.C., e continuamos com as poesias: "Poesias em Bicicleta"

EN LA JUNGLA DE ASFALTO
(Soneto con estrambote)


En la "Jungla de Asfalto" es muy corriente
la furia y el estrés y la ansiedad,
la batalla librada en sociedad
por ser más importante y más pudiente.

Ayer, todo quietud. ¡Qué diferente
del ritmo acelerado y sin piedad
que nos lleva en volandas a la edad
de senectud, sin ser adolescente!

El auto desbancó a la bicicleta,
el humo en combustión echó a la brisa,
el euro pudo más que la peseta.

Y aunque todo nos gire más de prisa,
la flor sigue en los versos del poeta
y el alma se hace luz en la sonrisa.

¡Se impone la premisa
de la siembra de paz en este valle!
¡De hacer grata la vida a pie de calle!

FRANCISCO GARCIA UCEDA (Gerena, Sevilla, 1950)

x x x x

Para saber mais sobre nosso diálogo veja o blog do F.A.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

BICICLETADA DIA DAS CRIANÇAS - OUT 07

Linda tarde de sol, na Avenida Paulista: 06 crianças brincaram, cantaram, pularam e principalmente pedalaram na praça do ciclista.

MASSA CRÍTICA

" Nous tous, les grands et les petits,
On est les maîtres de nos idées "
. SARTRE
( "Todos nós, pequenos e grandes, somos senhores de nossos pensamentos" - SARTRE).


" Nous les filles, on est aussi fortes que les garçons!
On a le droit d'être comme eux,
On a le droit de faire tout ce qu'on veut!" SIMONE DE BEAUVOIR
("As meninas são fortes como os meninos! Nós podemos ser como eles, livres para decidir nossos destinos!" - SIMONE DE BEAUVOIR)




O único requisito era um veículo não-motorizado (bicicleta, patins, skate, patinete, etc).




Fotos

Luddista

Contraponto e Fuga

Pedalante

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"Temps Modernes"

Antes da bicicletada do dia das crianças - 12/10/07

TAMBÉM O CÉU
Também o céu às vezes desmorona
E as estrelas caem sobre a terra
Esmagando-a com todos nós.
Isto pode ser amanhã

BRECHT






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Porque vocês pintaram as Ciclofaixas?

Uma boa pergunta...
Leia aqui as respostas do participantes da bicicletada

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Para que juntos possamos viver e também pedalar em uma cidade mais humana e justa. Outro mundo, sim, é possível !

Foto: 12/10 - a Jovem ciclista Isabelle
PEDALANTE
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hahahahahahahahahahahahaha
pedalar, verbo transitivo direto total!!!!!!!

Pedalero
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Porque acho as bicicletas uma das mais belas invenções humanas, além de meio transporte, são arte. Lilx
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Vou dar uma de Jânio Quadros :

"Pinto porque é líquido, se fosse sólido pedalar-o-ia."

Abs

João Mattoso
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Pintamos...
Pela segurança dos ciclistas, para lembrar que eles existem e que os carros devem tomar cuidado ao passar por eles. Abrir caminhos para que o futuro não seja um lugar cheio de carros, fumaça e agressividade na cidade e para que a bicicleta enfim tenha o seu lugar respeitado no trânsito, como meio de transporte digno dos habitantes de uma urbe.

abraços e até sexta

Mathias
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Pintamos por que simplesmente elas não existiam - se existissem, criadas pelos órgão públicos e comuns no dia-a-dia de todos, os ciclistas estariam preocupados com outras ações.

Abraços,

Canna
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Abrir os olhos da sociedade, povo, populares. Como quiserem definir.

Porque através desse manifesto, eles pensam "Não estamos sozinhos"

Felipe
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Essa foi uma pergunta que me fizeram e sinceramente, não sei qual a melhor resposta. Disse que para mim, foi uma forma de protestar a falta de atenção dos orgãos públicos aos ciclistas, de alertar tanto os motoristas como os ciclistas que alí é uma rota muito utilizada por ciclistas e também uma forma que encontramos para nos expressar de maneira lúdica e artística o que sentimos quando pedalamos na cidade.
Sei que cada um tem um ponto de vista diferente e acho interessante a galera expressar seus sentimentos aqui, assim quando um de nós tiver que responder essa pergunta, poderá fazer um apanhado do sentimento geral da galera.
Abraços
André
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