sexta-feira, 30 de maio de 2008

Critical Mass no Brasil

Dia 30 e dia 31 de maio em algumas cidades brasileiras, a Bicicletada , nossa massa crítica ( critical mass)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nossa leitura de 1968

Entre uma pedalada e outra, uma boa leitura na manhã de quarta-feira. Leia a resenha

"1968, por aí... é sobre uma reviravolta cultural, social, sexual, musical e tudo mais, vivida coletivamente por toda uma geração. E o Mouzar estava lá, como estudante de Geografia da USP, depois como jornalista, que saiu da pequena Nova Resende, em Minas Gerais, para gozar o furacão cultural num dos seus epicentros, o mundo estudantil de São Paulo. A gente sabe, no entanto, que nem tudo era festa e liberdade. Nesse livro, o leitor encontra também Memórias burlescas da ditadura, recordações de prisões, torturas e assassinatos praticados arbitrariamente pelos usurpadores do governo, e que geraram um tremendo sofrimento e muita revolta. Mas que nem por isso deixaram de proporcionar boas risadas. É que as ditaduras costumam encontrar a química perfeita entre opressão política e muita estupidez! Se a barra pesou e o povo resistia como podia, a desinteligência dos militares golpistas fazia rir e, assim, dava pra achar um jeito de tornar a vida mais leve. O Mouzar, contador de histórias e gozador nato que é, sabe como poucos desmantelar a pose das “otoridades”. Mas tem ainda uma qualidade do autor que faz desse livro um dos melhores e mais saborosos relatos sobre o período: não há um líder estudantil ou operário, militante de orga¬nizações de resistência à ditadura e mesmo em movimentos de guerrilha que não tenha compartilhado uma mesa de bar com o Mouzar e, entre cervejas e cachaças, contado muitas histórias, oficiais ou pra lá de clandestinas. E ele divide isso tudo com a gente. Sem entregar ninguém, claro. O livro é também um delicioso convite à lembrança para quem, como ele, viveu aqueles dias." Mauricio Ayer

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terça-feira, 27 de maio de 2008

Veritas


A Bicicletada (Critical Mass) Paulistana sempre ocorre na última sexta feira do mês há mais de 5 anos, apenas em São Paulo e também já ocorre em mais de 400 cidades em todo mundo. Para participar a única obrigatoriedade é comparecer ao ponto de encontro com um meio de transporte não motorizado. Pode ser Bicicleta, Patins, Skate ou até mesmo com seus próprios pés.

Se não quiser pedalar, mas está com vontade de conhecer a Bicicletada apareça na concentração e participe das manifestações lúdico-educativas que acontecem desde as 18:00. Vá e veja um belo exemplo de como podemos recuperar o espaço urbano de maneira alegre e divertida.

Na Bicicletada de maio ( dia 30) teremos duas partidas, as 20h como sempre ocorre, com a Massa Crítica se deslocando todos juntos pela cidade e uma extra as 19h. Diferente da tradicional Massa Crítica, os ciclistas sairão cada um por si, pedalando entre os carros por toda a Paulista, até o Paraíso e retornando a Praça do Ciclista.

Não será uma corrida, vai quem quer e cada um no seu ritmo, como estamos acostumados a pedalar pela cidade. Não há um objetivo específico, cada um tem o seu, mas com certeza será uma maneira de demonstrar aos motoristas que há outras possibilidades de se deslocar sem usar motores, sem poluir, sem fazer barulho e com prazer.


.::. Bicicletada .::. Massa Crítica em São Paulo .::.
:. sexta-feira (30/05)
:. concentração lúdico-educativa: 18h / desfile de bicicletas pela Av. Paulista: 19h/ pedal para humanizar o trânsito: 20h00

:. Praça do Ciclista: av. Paulista, alt. do 2440 (mapa)

.::. dicas e referências .::.
:. faça o download, imprima e distribua o panfleto de divulgação: http://tinyurl.com/2qyfyq
:. sobre a Praça do Ciclista: http://tinyurl.com/2j28sc


: . : . : . http://www.bicicletada.org

: . : . : . massa crítica - wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_Cr%C3%ADtica

: . : . : . relatos, fotos e vídeos de edições passadas: http://tinyurl.com/ypsgr2

: . : . : . panfletos e cartazes: http://tinyurl.com/37cjle

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Quid pro quod

Do século XV (renascimento), vem o uso do expressão latina Quid pro quod usada por aqueles que manipulavam remédios. Nas anotações dos remédios e poções, quando compilavam as fórmulas deixavam registrados as substâncias que podiam ser tomadas no lugar de outras (utilizavam do termo positivo quid pro quod*);
Um debate/diálogo foi iniciado na lista da bicicletada: qual arte a divulgação da bicicletada de maio. Faça sua escolha( ou troque as substâncias, mas não a essência - Critical Mass)...reproduzo abaixo o fraterno e produtivo debate/diálogo:


"Galera, obrigado por todas as considerações, sugestões e incentivo. Tentei juntar um pouco de tudo o que vocês mandaram nessa nova versão. Espero que gostem, estejam à vontade para qualquer opinião e sugestão. E méritos para quem tirou essa linda foto. abraços."L.M
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"entre temas e não-temas e fotos espalhadas por aí...no caso de "a luta continua" te inspirar, me lembrei do um link que a Polly mandou com imagens de 68: esse outro acabei de receber, são posters "nerrrvosos"mas é só pra compartilhar, não precisa ir por aí, não...livrecriação abs" Cibol
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"Pois é Leo, faço minhas as palavras do A. e do A. Manda brasa! Tem a foto da bici no estilingão, tem uma porção de fotos espalhadas por aí, tem os temas e os não-temas. E que bom que não levou a mal o que eu disse sobre pegar a Velha Fernanda como mote do convite. abração e boa sorte aí no desenho,"T.B.
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"Cara, seja livre, use sua criatividade, veja videos e fotos das últimas bicicletadas, use qualquer uma. Não se prenda a tema, como já foi dito, nenhum tema sugerido até então empolgou geral, se tiver alguma outra idéia mande bala. Acho importante apenas ressaltar algumas informações extras de que nessa teremos uma saída as 19:00, cada um por sí, centenas de bicicletas desfilando entre a platéia de carros parados na Paulista e as 20:00 a saida da Tradicional Massa Crítica. Uma sugestão, apesar de já estar enjoado do Estilingão, tem uma foto que usaram no Zine (que está muito louco) do carinha levantando a bike no alto do estilingão, pode ser uma foto interessante para usar nesse convite. Mas manda bala, use sua criatividade pois tenho certeza que sairá algo bem legal. Abraços." A. P.
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Na dúvida, recorrer ao banco de imagens:
arte: Singer
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Como começou o Debate:

"eu gostaria de fazer a minha primeira arte para a Bicicletada. O que ficou resolvido sobre o tema? teremos algum para esta edição?" Leo
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"eu tinha pensado em fazer o seguinte tema ( veja abaixo) E fazer um relato em algum lugar do porquê da Fernanda Young no convite." Leo
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"confesso minha ignorância... quem é essa mulher ?" D.
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"é uma tal de F. Y. que falou um monte de asneira nesse vídeo:" Leo.
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arte: Leo( link não disponibilizado pelo autor)

"Leo, muito legal a iniciativa de fazer a arte. Mas tomo a licença de me posicionar contra o convite (por favor, em absoluto nada pessoal). Esqueçamos essa mulher... Em primeiro lugar, porque a indiferença é uma grande arma. Em segundo, porque acho que a relação deve ser inversa: é a sociedade quem pauta a mídia, não o contrário. Infelizmente no Brasil a relação mídia-sociedade é inversa e causa uma série de deturpações no que se chama de democracia (recomendo o curto exemplo "Como gerar notícia" ) Às vezes acho que a gente dá muita bola pra chamada "grande mídia" e se esquece de levar panfletos, de fazer cartazes, de conversar com motoristas ou com os outros participantes. É fundamental termos boas relações, fornecer informações para os caras, ajudá-los a entender que não somos malucos (que maluco é quem fica sozinho dentro de um carro queimando combustível para andar 10km e por aí vai), mandar informações sobre a bicicletada e tal... Mas toda a potência criada até agora nas bicicletas não contou com a mídia, não saiu na t evê, não saiu no jornal. Foi feita através da internet, das panfletagens ao vivo e, principalmente, da presença no espaço real das cidades a cada última sexta-feira de cada mês. E o resultado é que essa potência da realidade (ajudada pelos 800 carros a mais por dia) tem feito com que a mídia comece a nos enxergar, fazendo com que a relação mídia-sociedade seja mais decente, mas principalmente tem feito com que acumulemos cada vez mais potência e força para interferir na realidade. Não percamos o pé com a ilusão de que existem super-heróis (ou, no caso, super-vilões), que eles ficam na frente das câmeras de tevê e são capazes de mudar tudo em um passe de mágica. abraços," T. B.
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Depois da leitura dos relatos, faça você sua escolha. O importante é não deixar de divulgar e comparace na Bicicletada de Maio ( a nossa Critical Mass ).

* Depois do século XVIII, os boticários começaram a usar a expressão de modo negativo, ou para designar um engano na formulação dos remédios/medicamentos, daí o surgimento do vocábulo de faz parte de nosso cotidiano "quiproquó".

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segunda-feira, 26 de maio de 2008

A arte de um Zine 0


Para quem desejar divulgar, distribuir...
em Julho, novo número. Estamos fazendo história, com os pés e mãos!!

Amo Poesias

foto: Chantal - 10/05/2008 - na Ponte Estragada

Bicicleta é poesia, bicicletada é diversão e arte nas ruas...uma ocupação divertida e política das ruas. Nesse maio de 2008, a imaginação, tomou a ponte estragada ( o novo cartão-postal paulistano - sic.)

VOZ QUE SE CALA

Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.

Amo a hera que entende a voz do muro,
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo que é Infinito e pequenino!

Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...

Florbela Espanca

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Em Maio 2008

B I C I C L E T A D A - nossa Critical Mass

Ainda em debates acalorados, mas nos preparativos aqui em SP:

"Noivas é um tema espontâneo, uma brincadeira até, de entendimento(...)" M. C

"Vale fazer o convite no estilo "Noivas de 68"... E daí cada um vai como quiser.... Pode ir de cabelos brancos e vestida de noiva aos 68 anos ou seja como for. "(...) J.G.

'"Noivas de 68" é louco heim?!?! Deve ter sido o ano que teve menos gente casando na história.... Mesmo assim, acho que não precisamos ter temas todos os meses. Pelo visto, nenhum dos dois temas (noivas ou 68) empolgou tanto quanto as anteriores (executivos, trabalhadores(...)" T.B.

"Foi bem essa pegada que eu imaginei para o "Noivas de 68"... Cada um faz disso o que quiser! eheh, Pode ir de velha com 68 anos, de estudante parisie nse ou de francesa queimadora de sutiã... Mas acho que temas são sempre legais para orientar quem quiser soltar a criatividade. Os dois estão dados e acho que o importante mesmo é manter a alegria e com tema isso fica mais fácil. (...) " J.G.

"(...)Sem tem noiva, pq não noivos, então que tal CELBRARMOS um casamento tb...um casamento coletivo!!! ( homens e mulheres, celebrando a diversidade da bicicleta na gradne cidade) (...)" T.

"(...)Achei genial essa do casamento!! Algo na linha "firme um compromisso com a sua bicicleta"... Fitas brancas nas bikes e latinhas penduradas por barbantes. Ao final uma grande festa e o casamento de duas bicicletas. Enquanto durante a pedalada o casamento é entre o ciclista (ou a ciclista) e a bicicleta. (...)" J.G.

"(...) O ambiente democrático da Bicicletada permite que cada um se expresse da melhor maneira que quiser, quer ir de Noiva, Mãe, queimar sutiã, tá valendo. Uma das coisas que achei mais legal foi a primeira vez que uma garota levou flores na cesta da Bicicleta (não sei o nome de quem foi pois nessa eu não fui). (...)" A. P.

Em tá! vamos todos pedalar...dia 30 de maio às 19h na praça do ciclista, nosso encontro mensal.

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Em Floripa, o material de divulgação deles:



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sábado, 24 de maio de 2008

UM ZINE


Uma idéia e uma ação coletiva, todas às mãos para a feitura desse ZINE:

Reprodução da página da BICICLETADA

CICLOZINE MAIO DE 2008 - pág 1

CICLOZINE Maio 2008

A Bicicletada é uma iniciativa civil de promoção dos meios de
transporte não-motorizados que acontece no Brasil desde 2002.
Nossos encontros acontecem sempre na última sexta-feira de
cada mês, a partir das 18h, na Praça do Ciclista (av. Paulista,
altura do nº 2400).
A Bicicletada não é apenas um passeio, é uma celebração do
transporte sustentável e um espaço para reivindicarmos nossos
direitos, trocarmos experiências e idéias.
Inspirados pelo movimento mundial de Massa Crítica, não
temos líderes nem hierarquia. A qualquer momento, sobre
qualquer assunto, todos os participantes podem e devem opinar
para buscarmos um consenso. Dê sugestões, exponha seus
pontos de vista, escute e respeite os demais participantes.
Não há guias durante a pedalada: todos são responsáveis pela
condução, coesão e segurança do grupo. O trajeto é combinado
pelos participantes que estiverem presentes.
Pedalamos em ritmo lento, respeitando pedestres e motoristas.
Buscamos estabelecer contato com os motoristas e pedestres,
panfletando, conversando, exibindo nossas faixas e alegorias.
Nos eventos de Massa Crítica, a coesão do grupo é fundamental
para ocuparmos nosso espaço nas ruas. Fique atento para quem
vem atrás e para quem vai à sua frente para evitar “buracos” no
meio do grupo. (...)

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pág. 2


Inauguração da ponte Estagnada

Ao contrário do que disse a grande mídia, os primeiros veículos a passar sobre a ponte Estagnada (o Estilingão) tinham apenas duas rodas, não faziam barulho, nem soltavam fumaça. Para comemorar a inauguração do "cartão-postal" que não permite a convivência entre as pessoas, na manhã de sábado, 10 de maio, cerca de 40 ciclistas demonstraram o que é fluidez no tráfego, se anteciparam ao congestionamento de carros e fizeram um belo piquenique no monumento (sic).

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CICLOZINE MAIO DE 2008

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

sua LUZ

O pedalar silencioso

Hoje à noite somos muitos, mas pedalamos como um só,
honra ndo aqueles que não esta mais entre nós, nossos amigos, pais, mães, irmãs e irmãos,
com nossos capacetes presos e com a cabeça baixa,
pedalamos em silêncio, devagar e com cuidado,
rodas girando no grupo da frente, mas hoje só pedalamos, ninguém quer competir.
escondemos nossas lágrimas por de trás dos óculos escuros,
recordando nossos entes queridos com ternura.
O andar de bicicleta de hoje serve para advertir
que estradas e ruas devem ser compartilhadas.
E para aqueles que já não estão mais conosco -
que Deus lhe acompanhem nessa ultima caminhada


Tradução: Francisco Fernandes, Tampa, Florida, May 2008

arte: Márcio Campos

Pensei em fazer lamparinas, com um copo plástico descartável e uma 1/2 vela acesa dentro, e um araminho fino(comprido) como alça...experimentei aqui, dá até para fazer malabarismos girando pelo ar...Precisamos aparecer naquela escuridão, assim o Tramontina levanta da masa e vai até a janela ver o que está acontecendo...hahaha...M.C.

Hoje, "dia 21 de maio, ciclistas em mais de 200 cidades ao redor do mundo se reunirão em memória aos amigos ciclistas que infelizmente não estão mais entre nós e São Paulo não estará fora dessa.
Só na cidade de São Paulo, foram 51 em 2004, 93 em 2005 e mais 84 no ano de 2006 ( Até Junho de 2007, 41 - grifos nossos). Ciclistas que perderam a que perderam a vida no confronto direto com veículos motorizados. Impunidade à parte (nenhum dos assassinos estão presos) o que esta em discussão é o desprezo pela vida por parte de alguns motoristas. Infelizmente para algumas pessoas, a vida do próximo é menos importante que sua pressa. Numa cidade que o estado não dá as mínimas condições de segurança aos ciclistas, só podemos contar com o respeito e a proteção dos condutores de veículos motorizados.
A Concentração: Ocorrerá a pa rtir das 18:00 no acostamento da Ponte “Estagnada” (Estaiada) Octavio Frias (também conhecida como Estilingão), na pista que leva ao bairro e que tem acesso pela Av. Águas Espraiadas. Traga velas, pois durante a concentração iremos escrever frases no acostamento do Estilingão, criando uma espécie de memorial.( Veja acima e faça a sua.)
O que levar: Velas, pois na concentração escreveremos mensagens com as velas criando um pequeno memorial.
Camisas brancas se possível, e tarjas nos braços, pretas para aqueles que quiserem demonstrar luto em memória aos ciclistas que se foram ou vermelha para aqueles que já foram vítimas de acidentes com motorizados." Informações do CicloBR

Pedal do Silêncio - clique aqui
Em SP - clique aqui
Gira me - clique aqui
Em BH - clique aqui
UK - clique aqui

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domingo, 18 de maio de 2008

50

arte: PiNica
As 50 maneiras de melhorar o mundo que ainda habitamos publicadas no Mude O Mundo, capturadas do blog do REX
  1. Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes
    Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.
  2. Limpe ou troque os filtros o seu ar condicionado
    Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.
  3. Escolha eletrodomésticos de baixo consumo energético
    Procure por aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energy Star (no caso de importados).
  4. Não deixe seus aparelhos em standby
    Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. A função de standby de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.
  5. Mude sua geladeira ou freezer de lugar
    Ao colocá-los próximos ao fogão, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Colocar roupas e tênis para secar atrás deles então, nem pensar! Mas isso ninguém mais faz hoje em dia… faz?
  6. Descongele geladeiras e freezers antigos… se é que você ainda tem um!
    Se for o caso, considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.
  7. Feche suas panelas enquanto cozinha
    Simples, não? Ao fazer isso você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar. Já as panelas de pressão economizam cerca de 70% do gás utilizado!
  8. Use a máquina de lavar roupas/louça só quando estiverem cheias
    Caso você realmente precise usá-las com metade da capacidade, selecione os modos de menor consumo de água. Se você usa lava-louças, não é necessário usar água quente para pratos e talheres pouco sujos. Só o detergente já resolve.
  9. Tome banho de chuveiro
    E de preferência, rápido. Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que um chuveiro.
  10. Use menos água quente
    Aquecer água consome muita energia. Para lavar a louça ou as roupas, prefira usar água morna ou fria.
  11. Pendure ao invés de usar a secadora
    Você pode economizar mais de 317 quilos de gás carbônico se pendurar as roupas durante metade do ano ao invés de usar a secadora.
  12. Nunca é demais lembrar: recicle
    Recicle no trabalho e em casa. Se a sua cidade ou bairro não tem coleta seletiva, leve o lixo até um posto de coleta. Existem vários na rede Pão de Açúcar. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (papel).
  13. Faça compostagem
    Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, você terá um jardim saudável e bonito.
  14. Reduza o uso de embalagens
    Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria.
  15. Compre papel reciclado
    Produzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum, e poupa nossas florestas.
  16. Utilize uma sacola para as compras
    Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.
  17. Plante uma árvore
    Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores no seu jardim ou inscreva-se em programas como o SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde.
  18. Compre alimentos produzidos na sua região
    Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade.
  19. Compre alimentos frescos ao invés de congelados
    Comida congelada consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale a pena.
  20. Compre orgânicos
    Por enquanto, alimentos orgânicos são um pouco mais caros pois a demanda ainda é pequena no Brasil. Mas você sabia que, além de não usar agrotóxicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura “tradicional”? Se toda a produção de soja e milho dos EUA fosse orgânica, cerca de 240 bilhões de quilos de gás carbônico seriam removidos da atmosfera. Portanto, incentive o comércio de orgânicos para que os preços possam cair com o tempo.
  21. Coma menos carne
    O metano, emitido por bois e vacas é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Além disso, a produção de carne demanda uma quantidade enorme de água e terras.
  22. Ande menos de carro
    Use menos o carro e mais o transporte coletivo (ônibus, metrô) ou o limpo (bicicleta ou a pé). Se você deixar o carro em casa 2 vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano.
  23. Não deixe o bagageiro vazio em cima do carro
    Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustível. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustível, devido ao seu peso e aumento da resistência do ar.
  24. Mantenha seu carro regulado
    Calibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses, ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos. A manutenção correta de apenas 1% da frota de veículos mundial representa meia tonelada de gás carbônico a menos na atmosfera.
  25. Dirija com atenção e não desperdice combustível
    Escolha as marchas corretas, utilize o freio de mão ao invés do pedal quando possível, desligue o carro quando ele ficar mais de 1 minuto parado. Dessa forma, você economiza dinheiro, combustível e o meio-ambiente.
  26. Lave o carro a seco
    Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a lavagem tradicional, que desperdiça centenas de litros a cada lavagem. Procure no seu posto de gasolina ou no estacionamento do shopping.
  27. Quando for trocar de carro, escolha um modelo menos poluente
    Apesar da dúvida sobre o álcool ser menos poluente que a gasolina ou não, existem indícios de que parte do gás carbônico emitido pela sua queima é reabsorvida pela própria cana de açúcar plantada. Carros menores e de motor 1.0 poluem menos. Em cidades como São Paulo, onde no horário de pico anda-se a 10km/h, não faz muito sentido ter carros grandes e potentes para ficar parados nos congestionamentos.
  28. Use o telefone ou a Internet
    A quantas reuniões de 15 minutos você já compareceu esse ano, para as quais teve que dirigir por quase uma hora para ir e outra para voltar? Usar o telefone ou skype pode poupar você de stress, além de economizar um bom dinheiro e poupar a atmosfera.
  29. Voe menos
    Deixar de pegar um avião apenas uma ou duas vezes por ano faz uma diferença significativa para a atmosfera. Se você não pode se dar esse luxo, que tal neutralizar suas emissões? Você pode fazer o cálculo aqui.
  30. Incentive sua escola, trabalho ou condomínio a reduzir suas emissões
    Você pode se tornar um agente de grandes mudanças se, além de reduzir suas emissões também estimular seus amigos a fazer o mesmo.
  31. Economize CDs e DVDs
    CDs e DVDs sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida (como a maioria dos plásticos)?
    Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.
  32. Proteja as florestas
    Por anos os ambientalistas foram vistos como “eco-chatos”. Mas em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera.
  33. Considere o impacto de seus investimentos
    O dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando ele é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro dos seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente.
  34. Informe-se sobre a política ambiental das empresas que você contrata
    Seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas também a sua margem de lucro alardeada todos os anos. Será mesmo que eles estão colaborando tanto assim?
  35. Desligue o computador
    Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador de casa ou da empresa ligado ininterruptamente, às vezes fazendo downloads, às vezes simplesmente por comodidade. Desligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minutos.
  36. Considere trocar seu monitor
    O maior responsável pelo consumo de energia de um computador é o monitor. Monitores de LCD são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos. O que fazer com o antigo? Doe a instituições como o Comitê para a Democratização da Informática.
  37. Não troque o seu iPod ou celular
    Pelo menos enquanto estiverem em bom estado. Se o problema é a bateria, considere trocá-la e descartá-la adequadamente, encaminhando-a a postos de coleta. Gadgets como iPods e celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais pesados em suas baterias. Além disso, na enorme maioria das vezes sua produção é feita utilizando mão de obra barata em países em desenvolvimento.
    Utilize seus gadgets até o final da vida útil deles, lembre-se de que eles certamente não foram nada baratos.
  38. No escritório, desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente
    Num período de 8 horas, isso equivale a 12,5% de economia diária, o que equivale a quase um mês de economia no final do ano. Além disso, no final do expediente a temperatura começa a ser mais amena.
  39. Não permita que as crianças brinquem com água
    Banho de mangueira, guerrinha de bambuchas e toda sorte de brincadeiras com água são sem dúvida divertidas, mas passam a equivocada idéia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação. Não deixe que seus filhos brinquem com água, ensine a eles o valor desse bem tão precioso.
  40. No hotel, economize toalhas
    Em alguns hotéis, o hóspede tem a opção de não ter as toalhas trocadas diariamente, para economizar água e energia.
  41. Participe de ações virtuais
    A Internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o site ClickÁrvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas. Informe-se e aja!
  42. Instale uma válvula na sua descarga
    Instale uma válvula para regular a quantidade de água liberada no seu vaso sanitário: mais quantidade para o número 2, menos para o número 1!
  43. Economize água em suas viagens
    A distribuição de água no mundo é extremamente irregular. Em algumas regiões da África é necessário caminhar por mais de dois quilômetros para se encontrar água. O Brasil, que possui um dos maiores reservatórios do mundo, tem um nordeste agonizante pela seca e pela pobreza. Ao viajar para regiões onde a água é escassa, economize mais ainda.
  44. Recicle árvores e cartões de Natal
    Todos os anos, toneladas de árvores de madeira ou de plástico são jogadas no lixo, sem contar os inúmeros cartões de natal e caixas de presentes. Incorpore o espírito do natal e reaproveite tudo o que puder no ano seguinte, para que todos sempre tenham um feliz ano novo.
  45. Não peça comida para viagem
    Se você já foi até o restaurante ou à lanchonete, que tal sentar um pouco e curtir sua comida ao invés de pedir para viagem? Assim você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.
  46. Regue as plantas à noite
    Ao regar as plantas à noite ou de manhãzinha, você impede que a água se perca na evaporação, e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas.
  47. Frequente restaurantes naturais/orgânicos
    Com o aumento da consciência para a preservação ambiental, uma gama enorme de restaurantes naturais, orgânicos e vegetarianos está se espalhando pelas cidades. Ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.
  48. Vá de escada
    Para subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Além de fazer exercício, você economiza energia. Se você vai de elevador, a boa-educação manda que você espere quem ainda está chegando, certo?
  49. Faça sua voz ser ouvida pelos seus representantes
    Use a Internet, cartas ou telefone para falar com os seus representantes em sua cidade, estado e país. Mobilize-se e certifique-se de que os seus interesses – e de todo o planeta – sejam atendidos.
  50. Divulgue essa lista!
    Envie essa lista por e-mail para seus amigos, divulgue o link do post no seu blog ou orkut, reproduza-a livremente, e, quando possível, cite a fonte. O Mude o Mundo agradece, e o planeta também!

no silêncio

arte: REX

"Dia 21 de maio é o dia do Ride of Silence, um dia de reflexão em memória de todos os ciclistas que morreram em vias públicas, assassinados por veículos motorizados." CicloBr.


imagem do Ride Of Silence

p.s. Dados Oficiais da Prefeitura de SP: Ciclistas mortos no trânsito paulistano: 2006 - 84; 2007, 41 (até o mês de junho)

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domingo, 11 de maio de 2008

1 dia e 2 filhos




Em uma data tão comercial, sem ir às compras, mas com as competências 2 filhos demosntram seus amores com duas atitudes que merecem um grande destaque.

Aos filhos, que sabem/souberam homenagear suas mães com ações ( e não somente com presentes), meus parabéns.

Às mães, que educam e criam seus filhos....um forte abraço e um grande beijo!!! Obrigado à todas, vocês prepararam seus filhos, não para sobreviverem no mundo, mas para transformá-lo.
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sexta-feira, 9 de maio de 2008

INTERMODAL Curitiba

Quem é mais rápido?

Quem polui menos?

Quem se estressa mais?

A sorte está lançada. Ajude a divulgar!

Primeiro Desafio Intermodal de Curitiba (2007) - relato no Meandros



Quem sabe, nos paulsitanos, em alguns bairros possamos fazer o mesmo: Do terminal Pirituba, até a Prefeitura ( na parte da manhã - sugestão do TTC).

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Ainda sobre Maio

Afinal para quê vivemos?
Sempre me pergunto, e busco a resposta na poesia:

Foto: Rex

Amar!!!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este ou Aquele, o Outro e toda gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

"Florbela Espanca"

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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vamos todos

No próximo sábado (10) a cidade de São Paulo fiinalmente ganha um cartão postal à altura de seus seis milhões de motores: a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, carinhosamente apelidada de Estilingão.

Para comemorar a inauguração do cartão-postal que não permite a convivência entre as pessoas, acontecerá um piquenique. A perigosa arte de compartilhar espaço, comida e conversa está marcada para as 9h da manhã (e deve ir até o meio da tarde).

Venha de bicicleta, de skate, patins ou transporte público.

Traga a família, um prato de doce ou salgado, uma bebida e muita alegria.

Venha comemorar os 900 metros de concreto e aço por onde não passam linhas de ônibus, pedestres ou bicicletas!

O ponto de encontro é a praça José Anthero Guedes (av. Luiz Carlos Berrini), embaixo do Estilingão.

Convite Azul

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O X da questão

Futurismo não significa construir uma marcante obra arquitetônica ousada.

Futurismo seria tê-la construído depois que o rio que ela atravessa já estivesse despoluído. Aí sim, seria uma comemoração, um marco de progresso de cidadania de uma cidade que não dá a mínima importância pra isso.

Futurismo seria tê-la construído depois que ciclistas e pedestres pudessem atravessá-lo por mais de 10 pontes que o cruzam, além de mais outra dezena de pontes que cruzam também o Rio Tietê.

Para variar, colocaram a carroagem da frente dos bois, no nosso caso, mais uma vez e sempre, colocaram o automóvel como prioriodade antes de pedestres e ciclistas.

Futurismo hoje é pensar no presente, analizá-lo, para depois disso pensar no futuro.

SETECENTOS carros a mais por dia numa cidade que, há tempos não comporta o trânsito nem vagas para estacioná-los, onde qualquer obra que faça com que os carros "andem" um pouco mais rápido, não vai "refrescar" nada.

Futurismo seria fazer com que os ciclistas pudessem atravessar TODAS as pontes que já existem com absoluta segurança e que estas mesmas pontes tivessem acesso para a via asfaltada que já existe exatamente abaixo dessa mesma imponente ponte. Uma solução simples e extremamente barata que contrasta com toda essa imponência desnecessária. Desta forma, poderíamos nos deslocar com facilidade e segurança ao longo dos rios que esperamos serem despoluídos aos poucos e, ligadas a estas várias pontes, existiriam acessos para o interior dos bairros ou para um sistema cicloviário extremamente viável e muito mais barato do que uma obra faraônica como esta linda ponte que veio para comemerar o quê? O caos urbano?

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Maio de 2008

Foto: Rex

A todos que saíram às ruas,
De corpo-máquina cansado,
A todos que imploram feriado
As costas que a terra extenua
Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com o sol gaio.
Sou operário - este é meu maio!
Sou camponês - este é o meu mês!
Sou ferro - eis o maio que quero!
Sou terra - o maio é minha era!
(Meu Maio, Vladimir Maiakovski)

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Postais

Em Portland (EUA), entre 16 e 20 de junho ocorrerá a VIII conferência mundial Toward Carfree Cities. Uma das atividades da conferência será a instalação de "arte-postal ". Você é convidado à enviar fotos, poemas, desenhos,prosas, colagens etc, relacionando a questão de cidades livres dos automovéis . Nossos cartões estão abaixo:



Arte: Polly

foto: Polly




Arte: Polly

Foto: TTC - Águia Dourada





As obras devem ser enviadas até o dia 1 de Junho para:

SHIFT
P.O. Box 6662
Portland, Oregon
USA 97228

Leia Mais:

-Mande um cartão - no apocalipse motorizado

- The Carfree Cities mail art show - no carfreeportland

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sobre maio 68


Um convite, para dialogar sobre maio de 1968

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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pique-nique no ESTILINGÃO

Dia 10 de maio - 09h na ponte do Estilingão

Receita de um bolo de chocolate:

BOLO DE CHOCOLATE( da Laura)
Ingredientes:
- 1 xícara de açúcar mascavo;
- 1/2 xícara de óleo;
- 2 xícaras de farinha de trigo;
- 1 e 1/2 xícara de água;
- cacau em pó (a gosto);
- 1 colher de fermento.
Ligue o forno no mínimo.
Numa bacia, misture o açúcar e o óleo; coloque a farinha de trigo, a água, o cacau e mexa bem (se quiser adicione avelãs, castanhas ou nozes moídas).
Por último, 1 colher de fermento.
A consistência do bolo deve estar cremosa (mais para líquida), e depois de despejar na fôrma untada e enfarinhada, o forno deve continuar no mínimo.
Asse até sentir cheirinho de coisa boa!

Ingredientes - cobertura:
- 1 xícara de açúcar;
- 1 xícara de extrato de soja;
- 1 xícara de água.
Bata os ingredientes no liquidificador por 2 minutinhos, vai virar leite condensado.


outras receitas: logo mais

domingo, 4 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Uma vida e um manifesto

O 4º Estado - Giuseppe Volpedo

Ontem, 1º de Maio foi o Dia da Trabalhadora e do trabalhador: dia de luta/memória e protestos em todo mundo. Em nossa cidade, palco de festas ( Interlagos e Campo de Marte) e palanque para candidatos à prefeitura. A palavra de ordem, geral foi: redução da jornada de trabalho para 40 h semanais.
Nenhuma palavra sobre os 2/3 da humanidade que vivem na miséria; 1/3 que nada comem; Sem mencionar os quase 25% sem água potável; Realmente os shows sindicais que reuniram quase 10 milhões de trabalhadores foi um sucesso de público!!!
Na véspera do feriado, tragicamente, às 23h15 ( 30/04) o ajudante geral Nelson N. Anísio(32 anos) , que voltava para casa com sua bicicleta, depois de uma comemoração com colegas, foi atropelado por um motorista (sic!) que trafegava pela Av. Eng. Caetano Álvares ( z. norte/bairro do Limão). O motorista de apenas 22 anos ( sem a carteira de habilitação), dirigia o veículo a uma velocidade de 60 km/h ( sem o lincenciamento veicular desde 2003), foi indiciado por homicído culposo - sem intenção de matar ( o veículo foi apreendido pelos policiais). Ler o resumo de uma notícia, só nos deixa indignados. Mais um trabalhador morto na grande cidade, é somente um anônimo? Não, ele tem nome, idade e profissão. Como bem sugeriu um ciclista: uma homenagem, uma bicicleta branca, no cruzamento da Avenida.

Além da homenagem que desejamos realizar, só me vem à mente, o Manifesto Ciclista, que reproduzo abaixo um trecho:

"Vários ciclistas são feridos e mortos todos os dias no trânsito de nossas cidades. A necessidade de combater esse fato é clara para quem respeita qualquer vida.

Mas não é de qualquer vida que falamos.

Percebam que todos tem necessidade de transportar-se cotidianamente. As atividades da vida – estudar, trabalhar, comprar, passear, etc. – exigem transporte. Transporte é uma necessidade básica da vida moderna tão importante quanto água encanada e eletricidade. Então, de uma forma ou de outra, todos vão ter que se transportar.

Em cima de uma bicicleta trafega uma pessoa que optou por utilizar energia própria para se transportar. Alguém que, pelo menos naquele momento, não está contribuindo com a grande obra da raça humana de transformar cotidianamente bilhões de litros de petróleo em toneladas de monóxido de carbono emitidas na atmosfera.

Essa pessoa está diminuindo os gastos com saúde pública porque combate a “falta de exercícios físicos regulares”, apontada como a principal causa dos males modernos, como infarto, derrame, diabetes, câncer, estresse, depressão, etc, etc., etc. O ciclista é alguém que coloca em prática a tão falada utilização da biomassa como fonte de energia, diminuindo estatísticas que apontam cerca de 40% da população com excesso de peso por ingerir muito mais energia do que gasta.

A pessoa que passa andando na rua de bicicleta é alguém que está fazendo bem ao mundo e a si mesma. Com esforço próprio combate a poluição e o aquecimento global na prática, sem discursos panfletários, sem levantar bandeiras, sem querer impor nada a ninguém, ela está contribuindo para melhorar o ar que todos respiram hoje e o clima do planeta para as futuras gerações.

Diante desse entendimento percebe-se o quanto é inconcebível que um outro ser humano, num automóvel, simplesmente atropele um ciclista. Recentemente acompanhei de perto um caso em que um caminhão ao ultrapassar uma bicicleta encostou com a roda da frente no guidão, derrubando a ciclista – uma jovem de 23 anos - e passou por cima dela com a roda de trás, resultando em morte instantânea. É um absurdo!

Mas, atenção motoristas! isso não é uma declaração de guerra. Pelo contrário: é de paz! Porque a idéia é que todo mundo possa deixar seu carro em casa quando sentir vontade e possa andar de bicicleta sem colocar sua vida em risco. Também acredito, como ciclista, que nenhum motorista quer nos atropelar. Então o que há de errado? Por que isso, infelizmente, acontece diariamente?

A resposta exige que paremos para pensar um pouco. A quem interessa uma política e uma cultura que prioriza as vias de transporte para veículos automotores? Qual será a influência da indústria automobilística nas decisões dos governos e conseqüente direcionamento de recursos para infra-estrutura que atende a nossa necessidade de transporte? E no inconsciente coletivo das pessoas? Já parou para pensar que, desde que você começou a assistir televisão na sua vida, você vê quase todos os dias uma propaganda de carro? Que a idéia de que “quanto mais for feito pelo automóvel, melhor” é um consenso forçado pela mídia e pelas instituições financeiras, alegando que a economia do país irá parar se a indústria automobilística diminuir sua sempre crescente demanda de consumo?

Com propostas simples e baratas pode-se aumentar consideravelmente as condições de segurança do ciclista e se promover o incentivo ao uso da bicicleta, como a construção e reforma de acostamentos, instalação de placas de sinalização, criação de ciclofaixas e ciclovias, construção de bicicletários em terminais de ônibus, trem e metrô, campanha publicitária de conscientização de motoristas de ônibus e caminhões, etc.

Pesquisas indicam que oitenta por cento dos percursos feitos no transporte de pessoas por veículos automotores dentro das grandes cidades são, em média, de menos de sete quilômetros. Um ciclista amador, sem muito preparo físico, percorre essa distância no máximo em meia hora. Ou seja, a imensa maioria das pessoas pode prover seu transporte diário utilizando somente a bicicleta, gastando de uma hora à uma hora e meia de seu tempo por dia. Centenas de pessoas já gastam essa energia em academias de ginástica, andando em esteiras ou pedalando em bicicletas ergométricas! Milhares de pessoas já perdem esse tempo presas em seus automóveis enfrentando engarrafamentos.

Será que existe algum temor dos governos ou das indústrias automobilísticas em se implantar uma eficaz política de utilização da bicicleta como meio de transporte cotidiano? Será que é por isso que não se sensibilizam com os acidentes, que não se cria uma jurisprudência de punição aos casos de atropelamento, que, apesar de sempre reafirmarem o discurso de favorecimento às massas menos privilegiadas, os políticos não efetuam obras mínimas que iriam beneficiar principalmente os que tem poucos recursos e querem se transportar da maneira mais econômica que existe, sem depender de ninguém? Será que só quem tem carro pode ter a sensação de valorização que sente quem sai da porta de sua casa e chega na porta de seu destino utilizando meio de transporte próprio? Será que a bicicleta não seria uma ótima opção para os pais irem buscar seus filhos na escola, melhorando o trânsito na frente das escolas e aproximando pais e filhos pelo prazer de andar de bicicleta? E para ir de casa para o trabalho, para escola ou para fazer compras?

A bicicleta não atrapalha o automóvel na ocupação de espaço nas ruas e avenidas. Pelo contrário. Lembrando que de uma forma ou de outra todos tem que se transportar, conclui-se que cada motorista que deixa seu carro em casa e sai de bicicleta abre espaço nas ruas, tanto quanto é a diferença entre o espaço que ocupa um automóvel e uma bicicleta. Se centenas, milhares de pessoas fizerem essa opção, o espaço aberto será enorme, muito maior do que aquele que se consegue gastando fortunas do dinheiro público com ampliações de avenidas e construção de elevados. Considerando-se as pessoas que não tem automóvel e decidem trocar a humilhação a que o transporte coletivo as submete pela dignidade de se auto-transportar de bicicleta, seria razoável afirmar (supondo a média diária de passageiros por viagem e o fato de muitas pessoas utilizarem duas conduções para chegar a seus destinos) que a cada trinta pessoas que fizerem essa opção se tornará desnecessária a circulação de um ônibus. Podemos considerar ainda, o enorme ganho de espaço gasto nas ruas com o estacionamento dos automóveis que ficariam em suas garagens.

Assim como acontece com o espaço na malha viária, a bicicleta não concorre com o automóvel na ocupação de espaço no mercado consumidor, prejudicando a economia. Pelo contrário. O incentivo ao uso da bicicleta abre um novo e promissor mercado de trabalho, na indústria, no comércio e nas microempresas caseiras abertas como oficinas de manutenção. O automóvel é uma invenção humana maravilhosa que sempre vai ter seu lugar e sua necessidade. Se você tem condições de comprar e manter um automóvel, ótimo! Mas, que tal poder sair de casa de bicicleta um dia ou outro? Ou saber que seu filho pode andar de bicicleta pelas ruas sem correr perigo de vida? Que tal economizar um pouco dos gastos mensais com combustível, fazer bem à própria saúde e preservar seu automóvel? Está com preguiça de andar de bicicleta hoje? Ótimo, vá de automóvel! E se houverem vários ciclistas nas ruas, o trânsito estará, sem dúvida, melhor para você trafegar com seu veículo.

E mesmo que não seja o caso de economizar. Vamos supor que você seja uma das pouquíssimas pessoas que tem recursos para comprar e manter um, dois, três automóveis. Ótimo! Parabéns para você. Isso sem dúvida é resultado de esforço seu ou das pessoas próximas a você. Mas, as condições financeiras que permitem essa posse também permitem um maior desenvolvimento da capacidade de reflexão e visão do mundo e dos motivos que o levam a estar como está. Permite perceber, por exemplo, que a Guerra do Iraque está totalmente associada ao petróleo. Que o poder que o petróleo tem é dado por nós quando o consumimos e quanto mais o consumimos mais poder ele tem. Que o petróleo é um recurso natural finito, demorou milhares de anos para maturar-se no subsolo e estamos consumindo-o desenfreadamente, pouco nos importando com as próximas gerações, nem em termos da sua sobrevivência energética, nem em termos das condições ecológicas que preparamos para elas. Que estamos, com isso, imitando e obedecendo diretrizes de consumo, não só de petróleo como de tudo mais, impostas pela mesma linha ideológica que não assina o Protocolo de Kyoto para não diminuir a marcha sempre crescente da sua economia. Acho difícil para uma pessoa esclarecida não perceber que, no fim das contas, quem está sendo consumido compulsivamente é o próprio Planeta Terra. Respeitar o ciclista que anda nas ruas significa associar-se a ele na luta contra tudo isso. Nesta revolução não é necessário que todos andem de bicicleta, mas é necessário que todos contribuam para melhorar as condições de segurança de quem quer andar de bicicleta.

Há pessoas que andam de bicicleta por falta de opção financeira e há pessoas que andam de bicicleta por absoluta opção ideológica! A questão é de mudança cultural, revolução de costumes. Não é mais tempo de pegar-se em armas para fazer revolução. Ninguém quer ver a si, aos amigos ou parentes, preso, morto, sumido ou torturado. O que fazer, então, se a necessidade de fazer alguma coisa contra esse estado de coisas nasce clara na alma das pessoas, principalmente dos jovens, que não tendo como dar vazão a essa ânsia, transformam-se em rebeldes, direcionando sua revolta para o vandalismo e o banditismo? A bicicleta é uma revolução social, econômica, política e ideológica possível aqui e agora!

Quando vejo nas grandes avenidas das grandes metrópoles, centenas de automóveis indo na mesma direção, a grande maioria com apenas um ser humano dentro, com sua atenção tomada pela responsabilidade de dirigir, caminhando lado a lado com outros seres humanos hermeticamente isolados uns dos outros dentro de suas “caixinhas” móveis sem se comunicar, penso no quanto isso poderia ser diferente. Existem tantas outras possibilidades mais interessantes, mais socializantes, mais prazerosas, mais econômicas e menos poluidoras para atender a necessidade humana de transporte. Se tivéssemos dado prioridade a um sistema de transporte coletivo bom, confortável e de preço razoável, poderíamos ter direcionado os recursos gastos na construção e manutenção da imensa malha asfáltica para a construção de uma imensa malha ferroviária e metroviária. Mas, infelizmente, estamos no mundo do “se”, quando falamos de transporte coletivo decente. Temos, então, que usar de criatividade para acharmos uma opção de transporte mais prazerosa, socializante, econômica e menos poluente com as condições que temos! Temos o que temos e não adianta apontar o dedo sempre para o “sistema”. A bicicleta é uma possibilidade real de começarmos a agir já! Já existe legislação, já existem ruas, avenidas e estradas, já existem bicicletas e já existe a necessidade urgente de fazermos alguma coisa para melhorar as condições de vida humana neste planeta para nós e para as futuras gerações.

A bicicleta é um invento da mesma geração que inventou o automóvel. Ambos veículos desenvolveram suas tecnologias ao longo do séc. XX. A principal diferença entre eles é a questão energética, no que diz respeito ao rendimento dessas máquinas e na sua fonte de energia.

Cerca de 85% da energia consumida por um automóvel é gasta para transportar a ele mesmo.

Durante milhões de anos de evolução o ser humano foi desenvolvendo e aprimorando a capacidade de se equilibrar e deslocar sobre dois apoios, até se tornar o animal de melhor rendimento em toda natureza no que diz respeito ao gasto de energia para deslocamento sobre a superfície terrestre. Foi andando que o ser humano se espalhou pelos quatro cantos do mundo. É óbvio que não somos os que atingem maior velocidade, mas somos os animais que menos gastam energia – andando gastamos somente 0,75 calorias por grama de peso por quilômetro percorrido, num tempo médio de dez minutos. A bicicleta é uma invenção que utiliza esse movimento humano típico e super-especializado de empurrar o chão para baixo e para trás a que chamamos “andar”, para gerar energia em um veículo de transporte. Andando de bicicleta o ser humano se torna o animal de maior rendimento e desempenho, atingindo índices inimagináveis para qualquer outra máquina ou estrutura biológica – gastamos somente 0,15 calorias por grama de peso por quilômetro percorrido, o que fazemos num tempo médio de 3 minutos. Um casamento perfeito entre biologia e tecnologia.

Na bicicleta dependemos de energia própria, não há, portanto, concorrência entre as pessoas que buscam transportar-se, pelo contrário, ao nos unirmos com outros seres humanos ganhamos incentivo para ir mais longe.

O automóvel depende de energia externa, limitada e não-renovável, o que gera concorrência entre os que dela dependem. O automóvel é um dos melhores símbolos físicos da ideologia capitalista. Os slogans de suas propagandas trabalham sempre com termos como mais potente, mais veloz, maior em sua categoria, mais econômico, mais bonito, mais robusto, mais confortável, etc., etc., etc.

A modernidade diminuiu o tempo de comunicação e de transporte. Criou-se uma falsa ilusão de que esse movimento tem que ser sempre crescente para ser melhor. Estamos nos entupindo com veículos velozes que não tem espaço para andar. Chegamos a um ponto em que um veículo menor em tamanho e velocidade, como a bicicleta, tem melhores condições de se locomover e gasta menos tempo.

Poucos sabem ou se lembram que o código brasileiro de trânsito, assim como a maioria das legislações sobre o trânsito no mundo todo, determina que o automóvel dê preferência à bicicleta nas ruas e avenidas. Ou que a distância mínima, prevista pela lei, para ultrapassar uma bicicleta é de 1,5 metros e caso não haja condições de ultrapassagem respeitando essa distância mínima, o automóvel deve aguardar, pois a bicicleta não pára o trânsito, ela é o próprio trânsito naquele momento. Na grande maioria das ruas a bicicleta trafega em velocidade acima da mínima legalmente permitida para os próprios automóveis (que é exatamente a metade da máxima apontada nas placas). Quero dizer com isso que as condições legais para utilização da bicicleta já estão garantidas. Trata-se mais de começarmos a respeitá-las, de criarmos uma cultura onde a bicicleta tenha seu espaço assegurado, do que ficar lutando contra governos ou esperando soluções dadas por alguém externo a nós.

Agora, que não se iludam os que querem começar a utilizar a bicicleta para transportar-se: vão entrar numa guerra! Uma guerra que já está sendo travada nas ruas e que deixa centenas de mortos e feridos todos os dias. Não uma guerra contra os motoristas e os automóveis (repito), mas uma guerra contra uma ideologia. Andar de bicicleta é lutar contra um sistema que associa respeito a posse e exibição. Lutar através de atitude própria, pela ação direta, cotidiana, pelo ato de pedalar em si, pela força da humildade num mundo de ostentação.

Como em toda guerra, a sobrevivência depende das estratégias que elaboramos. O ciclista deve se equipar com tudo que possa diminuir a possibilidade de acidentes e que esteja ao seu alcance providenciar: espelho retrovisor, reflexivos e iluminação pisca-pisca para noite, capacete, buzina, etc. Não adianta bater de frente com os automóveis, mas deve-se ocupar o espaço que é do ciclista, porque ele existe e é um direito seu ocupá-lo. O ciclista também paga os impostos que construíram e que fazem a manutenção da malha asfáltica.

O ritmo frenético do trânsito nas grandes cidades é mais uma mania do que uma necessidade. Uma mania que acaba custando muito mais, não só em acidentes como no próprio estresse que gera, do que o pouco tempo que se economiza com isso. O aumento da circulação de bicicletas nas ruas pode baixar um pouco esse ritmo alucinante que está a serviço de quem associa tempo a dinheiro e não à vida. Cabe a bicicleta trazer mais humanidade ao trânsito, andar numa velocidade em que se possa ver as pessoas e as coisas do mundo, sem tratá-las como externas a nós.

A luta do ciclista é contra a ideologia que dá prioridade máxima ao automóvel - a locomotiva histórica do sistema capitalista. Mas, apesar de estarmos lutando contra um sistema econômico-social, são as pessoas, influenciadas pela educação e adaptação ao modo de pensar desse sistema que tomam as atitudes cotidianas que enfrentamos no trânsito. De certa forma, não existe esse tal “sistema”. Ou seja, ele existe através das atitudes das pessoas. A ideologia do sistema, o conjunto de idéias compartilhadas, é imposto pela educação e depois é mantido como verdade aceita através de muita propaganda. Mas… como tratam-se de atitudes pessoais, de individualidades representando o sistema, de seres humanos repetindo padrões de conduta, esse sistema pode ser modificado também por atitudes, pelo exemplo contrário ao estabelecido.

Os ciclistas que enfrentam hoje o trânsito das cidades são pioneiros abrindo o espaço para o futuro. Foi-se o tempo em que a rebeldia revolucionária era representada pela moto. Ciclismo é sinônimo de saúde e juventude, indiferentemente da idade. A melhor estratégia para essa luta é conseguir mostrar o quanto é bom andar de bicicleta. Criar uma irmandade entre todas as pessoas que andam de bicicleta. Ciclistas devem se cumprimentar quando se cruzam nas ruas, deixar extravazar o prazer que estão sentindo invadidos por endorfinas criadas pelo esforço físico e pelo andar numa velocidade em que se pode admirar a paisagem e as pessoas. A revolução ciclista é lúdica! A bicicleta é um brinquedo de criança que se transforma em prazer e opção de transporte para o adulto.

Existem muitos motoristas e muitos momentos propícios ao descuido com a bicicleta no trânsito, à sua não consideração. E basta um momento desses para levar a vida do ciclista embora. Sendo assim, o cuidado do ciclista consigo mesmo, deverá ser maior do que o normal. Porque é normal um automóvel entrar à direita e fechar a passagem da bicicleta; é normal um motorista se irritar por não conseguir ultrapassar rapidamente um ciclista; é normal que numa pista simples de mão dupla uma motocicleta ultrapasse perigosamente um automóvel e não considere o fato desse automóvel estar ultrapassando uma bicicleta e é normal que o motorista dê espaço à motocicleta e feche a passagem da bicicleta; é normal muitos motoristas em muitos momentos cotidianos, estarem distraídos no trânsito e nem enxergarem a bicicleta.

O desejo de maior cuidado do ciclista consigo mesmo se alimenta do aumento de sua auto-estima ao estar pedalando. Ele deve se lembrar que é um revolucionário revolucionando a cada volta das rodas de sua bicicleta sobre o chão, os costumes e as atitudes, no sentido de construir um planeta melhor para as futuras gerações. Quem deve ter a maior consciência ideológica, ter orgulho de si e certeza da força de sua ação é, em primeiro lugar, o próprio ciclista.

Pelo código de trânsito, o lugar do ciclista é na mesma mão dos automóveis, à direita, procurando ceder espaço para ser facilmente ultrapassado. É exatamente essa a estratégia de ocupação do terreno: pelas beiradas do sistema estabelecido. Não importa a aparente desvalorização que esse lugar possa parecer ter no universo de potência e velocidade promovido pelas indústrias automobilísticas. Transportar-se movido por energia própria abre a possibilidade de satisfação pessoal fora da ostentação material e da competição. Também é lugar do ciclista o centro da pista ao perceber-se em velocidade equivalente à do fluxo de trânsito. E, finalmente, é lugar do ciclista ficar à esquerda dos automóveis ao ultrapassá-los - cena cada vez mais comum em engarrafamentos, além de ser o lugar certo de quem ultrapassa, evita ser pego por uma porta aberta de repente por um passageiro que vá descer.

Os automóveis devem dar preferência para o ciclista, não só porque isso está previsto no código, mas pela compreensão de que o ciclista gasta energia física e cada vez que se vê obrigado a parar, perde toda energia que gastou para chegar até aquela velocidade em que estava trafegando. As bicicletas devem ser ultrapassadas a uma distância segura, não só porque isso está previsto no código, mas porque seu movimento é oscilatório. Se o ciclista tentar andar em linha reta ele cai. A oscilação é intrínseca ao equilíbrio em duas rodas, quanto menor a velocidade maior a oscilação, exatamente como ocorre com o giro de um peão. Respeitar a distância de ultrapassagem é fundamental quando se entende que ao mais leve toque de um automóvel, o ciclista perde o equilíbrio e as conseqüências podem ser fatais. O motorista deve ter calma para ultrapassar um ciclista que trafega à sua frente porque o ciclista não está parado, mas andando em velocidade menor. E sempre haverá um veículo à frente trafegando em velocidades menores, sejam caminhões, ônibus ou carros e se o motorista for ter um colapso nervoso cada vez que alguma coisa diminui sua marcha ou que gasta um pouco de tempo para ultrapassar de forma segura, ele vai acabar louco!

Lugar de bicicleta não é na calçada, como pensam equivocadamente algumas pessoas. Calçada é para pedestres. Lugar de bicicleta é na rua! As ruas e avenidas, cobertas de asfalto – subproduto de petróleo, são o palco da revolução ciclista. As bicicletas podem e devem ocupar as ruas e avenidas, quanto mais melhor. As bicicletas podem e devem ocupar as estradas, quanto mais melhor. Existem milhares de jovens cheios de energia, com muito desejo de viajar, conhecer lugares, mas sem viabilidade financeira para tal. Retirados os custos de transporte e estadia sobram basicamente os de alimentação diária que existem estejamos onde for. Pensem na mistura desses ingredientes: bicicleta, com bagageiro e alforjes (ou mochilas velhas amarradas), barraca, saco de dormir, um kit de manutenção básica (que cobre 90% das encrencas que podem ocorrer) com câmera de pneu, bomba, um pequeno jogo de ferramentas, uma corrente e óleo lubrificante, um mês de férias e um grupo de amigos! Uma viagem de bicicleta, onde percorremos cerca de 100 Km por dia, que permite montar um roteiro interessante em todas as direções que se deseje ir, pode ser cumprido numa média diária de 5 horas pedalando por qualquer ciclista amador que ande de bicicleta nos fins de semana ou já esteja pedalando pela cidade há algum tempo. Manter uma velocidade média de 20 Km/h numa estrada asfaltada, não requer grande esforço e é considerada bem baixa por quem viaja sempre de bicicleta. O condicionamento físico vai crescendo, junto com o prazer, na própria viagem. Na verdade numa viagem assim não se priorizam as metas de distância, fica-se onde quiser, por quanto tempo for. Andando de bicicleta, a velocidade permite admirar detalhes da paisagem que são perdidos por quem viaja de carro. Viajar de bicicleta é delicioso! E atenção comerciantes de pequenas cidades e de beira de estrada de todo Brasil, viajar de bicicleta dá uma fome! E mais: deu qualquer problema, deu preguiça, acabaram as férias e você está a centenas de quilômetros de casa? – basta pegar um ônibus e colocar a bicicleta no bagageiro. Quando chegar em sua cidade, já tem condução própria da rodoviária até sua casa.

É importante destacar que a maioria das pessoas acha que o problema de segurança da bicicleta se resolve com a construção de ciclovias. Acontece, porém, que apesar de serem muito bem vindas (principalmente para servir de espaço seguro para os novos ciclistas adquirirem preparo físico, o que ajuda muito no enfrentamento do trânsito nas ruas) por serem oásis de tranqüilidade, não são somente ciclovias que queremos! Porque toda ciclovia sempre acaba numa rua e, se não houver uma cultura de convivência pacífica entre bicicletas e veículos automotores, vai ser ali, na rua, que o acidente vai acontecer. Não são somente ciclovias que queremos porque não podemos e não precisamos esperar a boa vontade de governos que estão submissos à força econômica da indústria automobilística para iniciarmos nossa revolução cotidiana. Não precisamos!

Cerca de 20% da população tem a possibilidade de comprar e manter automóveis, mas 100% da população é afetada pelo direcionamento da arquitetura urbana para priorização do trânsito de automóveis e todos pagam os impostos que constroem as vias por onde eles transitam. A bicicleta é uma forma de democratizar a malha asfáltica, diminuir essa diferença.

A experiência européia, onde se encontram os países que tem o maior número de ciclovias do mundo, nos mostra que a construção de ciclovias não diminuiu muito o número de acidentes entre automóveis e ciclistas que acontecem nas ruas.

A experiência da China, onde se encontra o maior número de bicicletas andando nas ruas e onde o índice proporcional de acidentes entre automóveis e bicicletas é o menor do mundo, nos prova que não só a convivência harmoniosa nas ruas é possível como faz muito bem para economia de um país. Mostra também que num país onde muitos andam de bicicleta o mercado de automóveis se mantém aquecido.

Da China veio o conceito de “Massa Crítica”. Nasceu da observação de um fenômeno que ocorre com o fluxo das bicicletas nos cruzamentos. Ao chegar a um cruzamento, caso o fluxo esteja aberto para via que se deseja entrar, a bicicleta que chega, pára e espera. Outras bicicletas vão chegando e parando, formando uma massa de espera. Quando essa massa atinge um ponto crítico, ou seja, quando o volume de bicicletas paradas supera as que estão em trânsito, a “massa crítica” formada invade a via principal e estabelece uma nova ordem de fluxo. Quando a massa formada pelas bicicletas que vinham no outro sentido e passaram a esperar, chega também ao seu ponto crítico, inverte novamente a ordem de fluxo. E assim por diante. Esse fenômeno é auto-gerido, acontece naturalmente.

Transcendendo o conceito, o termo “Massa Crítica” ou “Critical Mass” dá, hoje, nome ao movimento mundial que busca unir a força de todos os ciclistas na formação de uma grande massa crítica (acrescendo ao significado: pessoas com opinião crítica sobre a situação gerada pelo consumo alucinante de petróleo) que está invadindo naturalmente as ruas do mundo inteiro.

O movimento de formação da Massa Crítica é, até que enfim, a esperança de um mundo melhor construído com ações diretas. O resgate do orgulho pessoal de estar fazendo algo concreto contra o sistema capitalista, mas sem gerar violência. Enfim, uma possibilidade real de revolução social se concretizando a cada revolução da roda de uma bicicleta. A opção possível de transformar a revolta contra o aquecimento global e a devastação consumista do nosso planeta em atitude, saúde e prazer.

A bicicleta é, sem dúvida, o veículo do séc. XXI. Nós só estamos no começo dessa história.


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