quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nossa leitura de 1968

Entre uma pedalada e outra, uma boa leitura na manhã de quarta-feira. Leia a resenha

"1968, por aí... é sobre uma reviravolta cultural, social, sexual, musical e tudo mais, vivida coletivamente por toda uma geração. E o Mouzar estava lá, como estudante de Geografia da USP, depois como jornalista, que saiu da pequena Nova Resende, em Minas Gerais, para gozar o furacão cultural num dos seus epicentros, o mundo estudantil de São Paulo. A gente sabe, no entanto, que nem tudo era festa e liberdade. Nesse livro, o leitor encontra também Memórias burlescas da ditadura, recordações de prisões, torturas e assassinatos praticados arbitrariamente pelos usurpadores do governo, e que geraram um tremendo sofrimento e muita revolta. Mas que nem por isso deixaram de proporcionar boas risadas. É que as ditaduras costumam encontrar a química perfeita entre opressão política e muita estupidez! Se a barra pesou e o povo resistia como podia, a desinteligência dos militares golpistas fazia rir e, assim, dava pra achar um jeito de tornar a vida mais leve. O Mouzar, contador de histórias e gozador nato que é, sabe como poucos desmantelar a pose das “otoridades”. Mas tem ainda uma qualidade do autor que faz desse livro um dos melhores e mais saborosos relatos sobre o período: não há um líder estudantil ou operário, militante de orga¬nizações de resistência à ditadura e mesmo em movimentos de guerrilha que não tenha compartilhado uma mesa de bar com o Mouzar e, entre cervejas e cachaças, contado muitas histórias, oficiais ou pra lá de clandestinas. E ele divide isso tudo com a gente. Sem entregar ninguém, claro. O livro é também um delicioso convite à lembrança para quem, como ele, viveu aqueles dias." Mauricio Ayer

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