sábado, 29 de setembro de 2007

BICICLETA É POESIA!

As rosas



Canção

No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto

Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo que existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

Cecília Meireles

Antes de um PEDAL!!!

Gustavo, fica aqui a dica para você....
Afinal hoje é o dia do "nhoque"

NHOQUE DE GRÃO DE BICO:

Ingredientes:

1 xícara de grão de bico
2 colheres de margarina vegetal derretida
1/2 xícara de farinha de trigo
2 colheres de azeite de oliva
sal a gosto

Modo de preparo:

1. Deixe o grão de bico de molho de um dia para o outro.
2. Numa panela de pressão coloque os grãos escorridos para cozinhar em 2 litros de água por 1 hora.
3. Escorra o grão de bico e bata no liquidificador para obter uma pasta lisa.
4. Numa tigela junte a pasta de grão de bico e com a farinha, a margarina derretida e o sal. Misture com as mãos até obter uma pasta homogênica.
5. Numa superfície lisa e enfarinhada, faça rolinhos de 2 cm de diâmetro com a massa e vá cortando os rolinhos em nhoques de 1cm.
6. Em uma panela grande com cerca de 3 litros de água e com um pouco de sal vá levando os nhoques aos poucos para cozinhar. Quando eles subirem à superfície da panela, retire os nhoques com uma escumadeira e coloque em uma tigela com o azeite e 1/2 litro de água. Repita o procedimento com todos os nhoques.
7. Faça o molho de tomate de acordo com sua preferência, você pode usar manjericão, cebola, tomates frescos, azeite e 1 dente de alho para dar o toque final no molho e pronto!

Rendimento: 2 porções.

Receita enviada pela Guta.

FICA UMA DELÍCIA!!!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

NA MÍDIA

devagar, poder público e cicloativistas dão sinais de que a inclusão da bicicleta no sistema viário da cidade pode não ser um sonho (tão) distante

Fernando Donasci/Folha Imagem



marcha dos pedais por Gustavo Fioratti

Por enquanto, é apenas uma fenda, mas que um dia pode chegar a avenida. A tortuosa trajetória das bicicletas em São Paulo passa por um momento importante do caminho. Sob o holofote de eventos como o Dia Mundial Sem Carro (programado para ontem), da recente atenção que o Metrô têm dedicado a ciclistas e da promessa de construção de ciclovias pela prefeitura, peças há até pouco tempo incompatíveis começam a se encaixar. Mas são cacos pequenos de um mosaico que, por ora, está para ser montado.

É um trabalho de pontilhismo, quase. Nasce um bicicletário na zona leste, uma ciclovia na zona sul, um movimento de ciclistas na zona oeste promovendo passeios ou grafitando mensagens pró-bike nos muros e no asfalto, a possibilidade de embarcar com duas rodas em trens do metrô. Conforme vão sendo marcados em um mapa tão extenso como o de São Paulo, esses pontos alimentam as esperanças de quem pedala: o uso da bike pode um dia passar a figurar entre os hábitos do paulistano, a exemplo do que acontece em cidades européias que, neste verão, testemunharam um verdadeiro boom de ciclistas.

Mas, por enquanto, os bikers têm de lidar com uma realidade um tanto -para dizer o mínimo- hostil, de motoristas que ainda enxergam o ciclista como alguém que está atrapalhando o trânsito. Como diz o próprio secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, "para sair de bicicleta o sujeito precisa de duas coisas: direção defensiva e muito bom humor" -haja "humor", aliás, para enfrentar uma frota de carros que, em todo o país, atingiu recorde em julho, com novas 268 mil unidades.

A sugestão de ativistas para sustentar o hábito de andar de bike também prevê uma participação mais ativa da CET-SP, fiscalizando e aplicando multas em quem desrespeite ciclistas. "Mas a CET tem medo de mexer num modelo criado há 40 anos exclusivamente para carros", desfere Artur Alcorta, usuário da bicicleta desde 1978 e ativista desde 82 como autor do site www.escoladebicicleta.com.br.

É na internet, inclusive, que o movimento pró-bike ganha mais volume. Os sites listados na página 11 apontam caminhos novos, denunciam problemas e, antes de tudo, celebram o hábito de usar um meio de transporte barato e não-poluente.

Tudo para convercer mais gente a aderir à causa. E quem faz crescer o número de bicicletas nas ruas em geral não se arrepende. "Consegui agregar qualidade de vida e prática de exercício ao tomar a decisão de usar a bicicleta como meio de transporte", diz o analista de sistemas André Pasqualini, 33, que há um ano e meio passou a ir para a faculdade e para o trabalho pedalando. André foi convidado pelo Desafio Intermodal, corrida que mede a eficiência dos meios de transporte urbanos, para competir de bicicleta.

A possibilidade de tomar banho no trabalho depois de 40 minutos pedalando é um incentivo para André e o empurrão que falta para muitos. Ao trânsito hostil, à topografia irregular da cidade e à violência somam-se também empecilhos mais prosaicos como "não posso chegar ao trabalho todo suado." Mas o que é a instalação de chuveiros em uma empresa se comparada à distante reformulação do sistema viário da cidade?

A seguir, seis passos embrionários que podem ajudar a pavimentar um terreno mais amigável para os ciclistas.

pedaladas

1 Bikes no metrô

Em fevereiro, os vagões do metrô passaram a permitir o embarque de passageiros com bicicletas nos fins de semana. A medida, parte da campanha Ciclista Cidadão (que também inclui a instalação de bicicletários nas estações), foi bem-recebida pelos ciclistas como primeiro passo, mas ainda está longe do ideal praticado em outras cidades. Muitos usuários reclamam das restrições: são permitidas apenas quatro bicicletas por vez e apenas no último vagão de cada trem. Ou seja, além de ter de contar quantas bikes há no vagão antes de entrar, o ciclista precisa esperar outro trem caso a capacidade seja preenchida. Outras queixas se referem aos horários -aos sábados, só a partir das 15h- e à limitação aos fins de semana. "O projeto não considera a bicicleta como possibilidade de transporte urbano, apenas como esporte e lazer", critica Paulo de Tarso, presidente do grupo Sampa Bikers.

Segundo o Metrô, as restrições são determinadas pelo movimento intenso nos dias de semana. Em horários de pico, a instituição calcula até seis pessoas por m2 dentro de cada vagão, o que dificultaria a entrada de bicicletas. "Temos de adequar o uso à nossa realidade. Por enquanto, é inviável permitir [o acesso de ciclistas] durante a semana, e ainda não temos previsão de que isso aconteça, apesar de ser esse também o desejo da Secretaria [Estadual de Transportes Metropolitanos]", diz o gerente de comunicação e marketing do Metrô, Marcelo Borg.

Para fazer uso do serviço, não é necessário pagar nada além dos bilhetes convencionais. A entrada é feita pela porta lateral das catracas. Primeiro, o usuário entra com a bicicleta. Depois, tem de retornar ao saguão, colocar seu bilhete no sensor e passar pela catraca. Não é permitido usar escadas rolantes e, no embarque, o ciclista deve esperar o trem sobre a sinalização com o desenho de uma bicicleta.

Até o mês passado, 12 mil ciclistas haviam passado pelo metrô e 8.000 pelos trens da CPTM.

Horários de funcionamento: sábado, 15h às 20h; domingo e feriados, 7h às 20h.

2 Bicicletários

A principal solicitação de ciclistas ao Metrô são estacionamentos de bicicletas vigiados, onde seja possível deixá-las sem correr o risco de roubo. Por enquanto, há apenas um bicicletário em atividade. Fica na estação Guilhermina-Esperança (linha 3 -Vermelha), zona leste, e sua capacidade, de cem vagas, é atingida quase todos os dias.

Para janeiro de 2008, está prevista a instalação de bicicletários nas estações Carrão e Corinthians-Itaquera, também na zona leste. O funcionamento seguirá as normas do modelo já existente: ciclistas devem apresentar documento de identificação com foto e fazer cadastro. Ao deixar sua bicicleta no local, recebem um comprovante numerado e podem seguir viagem. É gratuito.

"Considero os bicicletários tão ou até mais importantes do que as ciclovias. O sujeito tem que andar 3 km ou 4 km para chegar a uma estação e, às vezes, esse trajeto pode ser feito de bicicleta. O problema é que muita gente que deixa a bicicleta presa em poste, na rua, acaba tendo o selim ou as rodas roubadas", diz o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge.

3 Novos projetos de ciclovias

Divulgação

ANTES:trecho da Radial Leste

Divulgação

DEPOIS:fotomontagem que ilustra projeto de ciclovia para o local

Em fevereiro do ano passado, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) sancionou a Lei nº 14.266, que cria o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo. Na prática, pouca coisa saiu do papel. Já existiam as ciclovias das avenidas Faria Lima (1,3 km) e Sumaré (1,4 km), ambas de 1997. Eram as únicas no sistema viário da cidade até 2006, quando a Subprefeitura de Parelheiros tomou a iniciativa de construir uma ciclovia na estrada da Colônia. O projeto, assumido em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, previa 4 km de trajeto, mas até hoje foram inaugurados apenas 1,8 km. Em 2007, a prefeitura também iniciou a construção de uma ciclovia na avenida Inajar de Souza (7 km), na Casa Verde. Ainda em fase de licitação, também foi prometida para janeiro de 2008 a finalização do projeto Caminho Verde, na Radial Leste. A prefeitura já liberou R$ 9 milhões para a obra, que deve ter 12 km de extensão. Os recursos incluem a retirada de postes, troca de sinalizações, novo sistema de iluminação com fiação subterrânea, asfalto e pintura, além de tratamento paisagístico.

4 Cicloativismo no asfalto e na internet

Cicloativistas paulistanos tomaram o grafite como uma das principais ferramentas para fazer alarde sobre o o uso da bicicleta na cidade. À exemplo do que fez o grafiteiro Marcelo Siqueira, 29, com suas bicicletas pintadas no asfalto de ruas da zona oeste, outros bicicleteiros estampam, em muros, postes e portões, figuras relacionadas ao uso da magrela, além de mensagens como "vá de bike". Os desenhos muitas vezes se repetem, e há uma porção de modelos pintados por aí. É só prestar atenção. Enquanto esperam pelas ciclovias prometidas, outros ciclistas se organizam para criar passeios em grupo e mapear rotas menos perigosas. É o que está fazendo André Pasqualini, que edita o site www.ciclobr.com.br e que pretende colocar no ar um mapa digital da cidade de São Paulo com as rotas de ruas mais adequadas para o uso da bike. Para a conclusão do trabalho, que André quer disponibilizar em seu site e no portal da prefeitura, foram feitas entrevistas com ciclistas de toda a cidade.

Outros links

www.sampabikers.com.br
www.ciclobr.com.br
www.bicicletada.com.br
www.escoladebicicleta.com.br
www.apocalipsemotorizado.blogspot.com


5 Dia Mundial sem Carro

Já são quase 2.000 cidades em todo o mundo que compraram a idéia de tentar, sempre no dia 22 de setembro, diminuir o uso do automóvel. Tudo começou em La Rochelle (França), em 1997, quando um grupo de ambientalistas se uniu ao poder público para incentivar a população a não usar o carro por um dia. Um ano depois, o Dia Sem Carro teve a participação de outras 30 cidades francesas. Em São Paulo, o projeto foi proposto pela vereadora Soninha Francine (PT) e aprovado pela Câmara em 2005. "Não queremos que isso seja uma iniciativa só do poder público. A lei é apenas uma sugestão de mudança de hábito, e a data pode um dia ser conduzida pela própria população", diz a vereadora. "Espero que, no mínimo, alguém que pegou a bicicleta pela primeira vez para trabalhar possa, num momento seguinte, enxergar o ciclista de outra forma, passar a respeitá-lo mais."

6 Desafio Intermodal

Caio Guatelli/Folha Imagem



É uma corrida para medir a eficiência dos principais meios de transporte utilizados na cidade, realizada desde o ano passado por meio de uma parceria entre cicloativistas e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Os "competidores" -carro, bicicleta, moto, ônibus, trem e metrô- partem de um mesmo lugar e cronometram a viagem até um ponto determinado. Na última edição, realizada quinta-feira, a largada foi dada na avenida Berrini e a chegada aconteceu na sede da prefeitura, no centro. As bicicletas chegaram em primeiro lugar, e isso já era previsto. Em geral, a bike é um dos meios mais eficientes em dias de trânsito. Dependendo da quantidade de carros, só perde em velocidade para a motocicleta.

"SP: o pior lugar do mundo"

por Roberto de Oliveira

São 5h45 da manhã de um sábado e os primeiros raios do sol começam a alegrar mais um dia no colorido verão da Toscana. O guia Rafael Prieto Martin, 33, já está de pé e faz os últimos ajustes em 16 bikes das marcas Rocky Mountain, canadense, e da italiana Pinarello, milimetricamente enfileiradas, diante da entrada de um hotel-castelo, no alto de um vale.

Durante seis meses do ano, a vida desse jovem espanhol é pedalar por cidades, estradas e vilarejos de Europa, Ásia, África e Américas, acompanhando grupos de ciclistas do mundo inteiro, principalmente americanos.

Rafael já pedalou pelo Brasil. Considera a cidade de São Paulo "o pior lugar do mundo para andar de bicicleta". "Aí, carros, caminhões e vans dominam as ruas. É uma pena", diz. "O trânsito é incivilizado. A frota de motoboys é uma agressão. Não há lugares para estacionar as bikes. O fato de ser grande, repleta de subidas e descidas, não deve ser usado como desculpa", conta.

"Nova York, por exemplo, é enorme, mas os ciclistas são respeitados", diz. Desde 2002, Rafael é guia da Butterfield & Robinson, agência canadense especializada em passeios de bike ao redor do globo. Em média, ele percorre cinco países e dezenas de cidades por ano -sempre de bicicleta.

Dois meses atrás, Rafael fez uma viagem de bike pelo Japão. "Tanto em Tóquio como no interior, os motoristas, inclusive os de caminhão, são extremamente respeitosos com os ciclistas." Para ele, porém, nenhum lugar do planeta reúne tanta consciência pró-bike quanto a Europa. Berlim é a sua favorita.

"A cidade está tão bem preparada e consciente para receber e incentivar o ciclismo... Lá, a população aprende desde criança a valorizar o transporte de bicicleta. E os motoristas reconhecem os ciclistas como parte integrante da cidade, não como concorrentes."

Rafael conta que, além da Alemanha, na França e na Espanha, há um forte movimento a favor da bike, que virou febre no verão. "A bicicleta integra as pessoas, fortalece a convivência urbana e, de quebra, não polui. É o transporte do futuro."

10 mandamentos para ciclistas de qualquer viagem

por Paulo de Tarso e Renata Falzoni

Está com pressa? Vá de bike
Seja visto. Fique na moda! Use sempre roupas leves, mas que chamem a atenção
Tá pedalando sozinho? Cuidado para não ser assaltado! O negócio é pedalar em grupo
Capacete e óculos contra a poluição não servem só como um charme extra. Proteger a cabeça e os olhos é essencial
Ficar a pé por acidente é mico. Tenha sempre uma câmara-de-ar reserva, uma bomba para encher pneus e chaves compatíveis com a sua bike
Sentiu que os motoristas não estão lá muito amigáveis? Pedale na calçada. Mas respeite os pedestres! Não seja você o agressor
Metrô só pode no fim de semana, e, mesmo assim, você tem que aguardar a sua vez se outros quatro ciclistas estiverem na frente. Paciência, respeite as regras
São Paulo tem ruas dignas de competição de mountain bike. Compre uma magrela mais forte, que agüente o tranco
Fique à direita. Se ali você já corre riscos, imagine no meio da pista
Vai ao shopping? Ao cinema? Ao banco? Tenha amigos em todo lugar. Eles te ajudam a guardar sua bike

vou de bike

Beatriz Toledo/Folha Imagem



O sapato de salto que a consultora financeira Maria Tereza Murray, 60, usa no trabalho é carregado dos Jardins até o Itaim, toda manhã, dentro de uma bolsa. "Para pedalar, tem que ser com sola de borracha", diz ela. "Quando chego lá, é só trocar."

Sem pressa nenhuma, diz que só pega vias secundárias e ruas arborizadas. Vai ultrapassando as fileiras de carros e vê "todo mundo estressado ficar para trás".

Tereza faz o mesmo percurso de bicicleta há mais de três anos, diariamente. "Quando vou de carro, sempre me arrependo. De bicicleta, além de ir mais rápido, tenho mais contato com a rua, presto atenção nas pessoas, nas vitrines, nas casas", diz.

o autor das bicicletinhas

Tuca Oliveira/Folha Imagem



Grafitar a figura de bicicletas em muros já era uma forma alternativa de defender as magrelas, mas o grafiteiro Marcelo Siqueira, 29, descobriu que podia incrementar seu ativismo criativo. Bastava transferir os desenhos da parede para o asfalto.

Depois de grafitar mais de cem bicicletas nas ruas da zona oeste, o artista acabou criando falsas ciclofaixas, principalmente em ruas de Pinheiros e nas avenidas Sumaré e Henrique Schaumann. Bem-humorado, conta que ele próprio já ligou para a CET, agradecendo a "nova sinalização". "Disseram que iam registrar meus comentários", diverte-se.

Os desenhos das bicicletas, em linguagem muito próxima da que é usada na sinalização de trânsito, são sempre pintados na faixa à direita, como se cobrassem o que, por lei, já é garantido a ciclistas. À direita, bicicletas têm preferência sobre carros e, segundo o Código de Trânsito, deixar de guardar a distância lateral de um 1,5 m ao passar ou ultrapassar bicicletas é ação considerada infração média, com possibilidade de multa.

Há relatos de casos de motoristas e ciclistas que mudaram de comportamento ao passar pela falsa sinalização grafitada por Marcelo. A vídeorepórter Renata Falzoni, que apresenta o programa "Aventuras com Renata Falzoni", da ESPN-Brasil, conta que, em uma disputa de espaço com um carro, na avenida Henrique Schaumann, apontou para uma das bicicletinhas pintadas no asfalto. "O motorista logo cedeu, pedindo desculpas", diz.

A cada temporada, um número maior de ciclistas é interligado ao sistema de transporte público das cidades européias, que vivem a febre das bicicletas. No verão deste ano, os governos estrearam novidades no sistema que coloca bikes públicas à disposição de quem quiser.

François Guillot/France Presse

Ciclista nas ruas de Paris, cidade que utiliza bikes interligadas ao transporte público

o verão das bikes (ao menos na Europa)

FRANÇA
O hit do verão parisiense é o Vélib, sistema de transporte público de bike que começou a operar no dia 15 de junho, 24 horas por dia, sete dias por semana. Serão cerca de 20,5 mil bicicletas rodando pela capital francesa até o final do ano em 1.500 pontos, todos colados a estações de ônibus e de metrô. O ciclista deve preencher um longo formulário e mandar para os postos de atendimento. Cerca de 1,2 milhão de ciclistas aderiu ao sistema. O interessado deve pagar uma taxa de 29 euros, o que lhe garante 30 minutos grátis de bike. A primeira hora excedente custa 1 euro, a segunda, 2 euros, e as demais, 4 euros cada uma.

ALEMANHA
Na precursora do movimento pró-bike -não à toa, Berlim é considerada o melhor lugar do mundo pelos ciclistas-, cidades como Berlim, Frankfurt, Colônia, Munique, Stuttgart e Karlsruhe operam um sistema em que não há, ao contrário das outras cidades européias, estações fixas para pegar ou largar a bike. Para locar uma bicicleta, é necessário um registro. A cada locação, o ciclista entra em contato com a central para adquirir uma senha e liberar a bicicleta. Cadastrado, pode deixá-la onde bem entender. Deve digitar no seu celular um código que bloqueia a roda traseira do veículo. Quem for usar na seqüência solicita o código na central e digita o número numa tela de plasma (sim!) na própria bike, o que irá destravá-la. Basta sair livremente pedalando. O preço é calculado de acordo com o tempo de uso (em minutos), apesar de haver tarifas promocionais para tempos maiores. A adesão sai por 5 euros. São cobrados oito centavos de euros para cada minuto, 15 euros para 24 horas ou 60 euros para uma semana.

ESPANHA
O Bicing começou a funcionar em março em algumas cidades espanholas. Nem mesmo a topografia irregular de Barcelona, com subidas, descidas e ruelas tortuosas, impediu que bikes de três marchas, vermelhas e brancas, ganhassem as ruas da cidade catalã e virassem coqueluche. O interessado se inscreve pela internet, passa o número do cartão de crédito e recebe um cartão de acesso pelo correio. Paga uma taxa anual de 24 euros por percursos de até 30 minutos. Até agora, cerca de 100 mil moradores se inscreveram -sendo que 20 mil deles fazem uso diário.

Onde dói mais

Ilustração Teresa Berlink



por Duilio Ferronato

Já houve épocas em que um sujeito levava seu caixote, subia e fazia um discurso. E as pessoas prestavam atenção. Muitos morriam por causa disso, mas falavam mesmo assim.

Hoje, não é possível nem imaginar uma manifestação sem bloquear os meios de transporte. Bin Laden não saiu na frente, mas, certamente, foi a demonstração mais impressionante até agora -e usou o meio de transporte que mais dá medo.

Outro dia, um amigo disse que viu um homem se jogando nos trilhos do metrô com uma faixa: " Estou desempregado". Disse que esse tipo de notícia nunca é divulgado porque o metrô costuma abafar... Fiquei um pouco na dúvida. Mas os guardas do metrô reprimem qualquer um que queira tirar fotos dentro das estações, então fica difícil ter certeza. Será que eles não foram avisados de que a ditadura militar acabou? Que essa é uma lei capenga? Mas leis capengas relacionadas aos meios de transporte é o que mais temos. Você sabia que não se pode fotografar estações de trem e nem aeroportos? A explicação, lá da era mesozóica, é que seria uma questão de segurança nacional. Que ingenuidade!

Bem, de qualquer forma, uma manifestação, para ter resultado, precisa afetar um meio de transporte. Você já viu protesto de professores mal pagos? Eles sempre vão para as grandes avenidas e param o trânsito. Por que não vão para o sambódromo? Lá, claro, ninguém ficaria sabendo e, se ninguém ficar sabendo, o governo não tem obrigação de atender. Então, obviamente, tem de ser feito onde dói mais. Que é nos transportes.

Quando uma pessoa quer ir para algum lugar, não admite atraso. E logo usa a velha frase: "É um absurdo!" Virou moda falar isso um pouco antes de ter um chilique no check-in da TAM. As moças já têm até uma resposta pronta para quando alguém ameaça usar o chavão: "A senhora é uma passageira especial, e faremos tudo para atendê-la o mais rápido possível". Como todo mundo quer ser especial e acredita ser, acaba caindo nessa conversa, por algum tempo.

Só os alunos das faculdades é que ainda não entenderam muito bem que manifestações têm de ser feitas nas ruas. Não adianta muito invadir reitorias nem prédios da faculdade, isso é um sistema muito antigo. Viu no que deram as últimas invasões? Acabaram levando cacetada na cabeça e não conseguiram muita coisa. Se tivessem bloqueado a rua, a história teria sido diferente, teriam levado porrada também, mas teria sido mais suave e talvez tivessem conseguido um pouco mais rápido o que pediam.

Por que o trânsito se tornou tão importante em nossas vidas? Deve ser porque pouquíssimas pessoas moram perto do trabalho e têm de fazer verdadeiras viagens diárias.

Ontem, 22 de setembro, foi o Dia Mundial Sem Carro. Se a data pegar e chegarmos a um Ano Sem Carro, onde vão acontecer as manifestações?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

BICICLETÁRIO NO SESC POMPÉIA


















ironias









UMA ENTREVISTA

Como diz Isabelle, nossa filha: " Pai, depois que você começou a andar de bicicleta ficou famoso!"

Atenção antes da leitura, uma advertência do LILX ( participante da bicicletada)
"Dois erros no artigo:
* a Bicicletada não é uma ONG.
* não existe um único objetivo na Bicicletada, cada participante tem o seu. "


Entrevista na Revista Vegetarianos - n° 12 - setembro de 2007 - pág. 09




segunda-feira, 24 de setembro de 2007

DIA MUNDIAL SEM CARRO - 22/09/2007

M A R A V I L H A !!!!!!!!
(Vocês fizeram falta: Tiago, Fabi e Titi.)


" Salve, salve, foi linda a Bicicletada do Dia Sem Carro. a primeira massa crítica a gente nunca esquece! O monstro tá criado..."


Praça do Ciclista, na av. Paulista, 320 Ciclo Ativistas, pedalantes, ciclistas em geral:

Um dia que ficará na memória...
Foto: F.A - 22/09/2007

e na história de nossa cidade
Foto: F.A - 22/09/2007

Vamos Rodar.
Foto: JMatoso, 22/09/2007

Eu só quero...
Foto: JMatoso, 22/09/2007

Que bela foto.
Foto: Stanley 22/09/2007

Momento ímpar.


Muita Alegria, felicidade. Valeu Ciclo Amicci!!
Mais informações/ vídeos /fotos:

320 Ciclo-ativistas, ciclistas em geral, pedalantes, etc.

-.-.-.-.-.--.-.-

Blog do F.A.

Fotos do F.A

Vídeo 1 do F.A
Vídeo 2 do F.A
Vídeo 3 do F.A
Vídeo 4 do F.A
Vídeo 5 do F.A

-.-.-.-.--.--.-.

Blog do JMatoso

Fotos do JMatoso

.-.-.-.--.

Fotos do Stanley

.-.-.-.-.-.-.

Blog
do LUDISTA

Fotos do LUDISTA

-.-.-.--.-.-

Fotos da Polly

domingo, 23 de setembro de 2007

10 anos

Hoje, 23 de setembro comemoramos o décimo aniversário do Código de Trânsito Brasileiro. Uma pergunta: alguma coisa mudou?

Acredito que sim...tivemos vários e significativos avanços, na questão do trânsito e do transporte.

Mas, ainda temos muito o que fazer...

Foto: arquivo LUDISTA'S

"Você é dono de um carro, não da rua"

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

BICICLETA É POESIA

O meio da saudade

Porque a saudade é o meio do mundo.
E o meio do mundo é o teu coração.
O meio do mundo é teu ombro pequeno:
é o meio de mim em tua direção.

Porque a saudade é o cheiro do mundo.
E o cheiro do mundo é de manjericão.
O cheiro do mundo é uma flor na parede:
é o cheiro de ti em cada flor pelo chão.

Porque a saudade vem de onde moras.
E onde moras, morro eu de paixão.
Onde moras é um bom vinho guardado:
é a tua saliva que bebo com a mão.

Porque a saudade é o amor mais profundo.
E o amor mais profundo é de pedra-sabão.
O amor mais profundo é tua flor feminina:
é a flor do sexo de Zeus, o açafrão.

José Rocha

terça-feira, 18 de setembro de 2007

PROMESSAS

Promessas de São Paulo

Recebemos hoje a carta de adesão da cidade de São Paulo assinada pelo Prefeito Gilberto Kassab.
Onde este se compromete a tomar algumas medidas permanentes, tais como:
*Criação de novas ciclovias;
*Criação de Paraciclos;
*Melhorias na infra-estrutura da cidade priorizando os pedestres(alargamento de calçadas,pavimento,travessias,semáforo, etc...);
*Criação de corredores exclusivos para transporte público;
*Modernização da frota de transportes coletivos(veículos limpos a GNV/combustíveis ecológicos, implementação de medidas tecnólogicas que aumentem a sua qualidade ou aceitação.);
*Melhorias na acessibilidade com pavimento tátil, eliminação de barreiras arquitetônicas e rampas para cadeiras de rodas(nos passeios e em edificações);
*Restrição a veículos de distribuição de mercadorias;

Fonte: Rua Viva.

PEDAIS DA LIBERDADE

por Gianni Carta
Revista Carta Capital, acesso em 18/09/2007

Paris quer oferecer 21 mil bicicletas em 1,5 mil estações de metrô e reduzir o tráfego de carros

Gianni Carta

Pedalar, pedalar, pedalar. Eis a nova revolução urbana, iniciada, em grande escala, em Paris, neste domingo 15. Nada menos que 11 mil bicicletas disponíveis em 750 estações, espalhadas pela capital. O objetivo do prefeito socialista, Bertrand Delanoë, é oferecer cerca de 21 mil bicicletas em 1,5 mil estações, a escassos 300 metros uma da outra. Ou seja, cinco vezes o número de estações de metrô, esta uma das redes mais densas – e eficazes – do mundo.

Certamente, a capital das luzes, com base em esquema implantado em Lyon com grande sucesso, será o modelo futuro para outras cidades que dependem, em demasia, do automóvel, esse meio burguesote, e poluente (ainda mais em pequenas distâncias). Além disso, o carro é completamente desnecessário em cidades bem delineadas e com meios de transporte invejáveis, com ônibus com ar condicionado, metrô cobrindo toda a região, caso de Paris. Para vários cidadãos, o carro é o meio de transporte que ainda confere liberdade de movimento.

Mas há outros?

Certamente, se você não vive em São Paulo ou em Los Angeles.

Peguei minha Vélib (vélo, ou bicicleta, e liberté, liberdade, produzida pela JCDecaux, na Hungria e em Portugal) em Châtelet, centro de Paris. Rumei para a Place d’Italie, a oeste, em 25 minutos. De metrô, o tempo seria o mesmo. Num automóvel, levaria mais de 40 minutos, segundo estudo da prefeitura de Paris. Preço do Vélib, naquele trajeto: zero. Por semana, o usuário da Vélib desembolsa 5 euros por um passe, e 29 euros pelo ano. Paga-se via internet, ou nas estações de bicicletas. Caso a viagem ultrapasse 30 minutos, a meia hora adicional custa 1 euro, e 2 euros na meia hora seguinte. A partir da terceira meia hora (sem devolver a bicicleta), são 4 euros por meia hora suplementar. Mas é possível entregar uma bicicleta, esperar alguns minutos e pegar outra, sem nenhum custo extra.

A idéia de não ficar com a mesma bicicleta, por mais de meia hora, é democrática. Caso contrário, ela não poderia passar para outro usuário, em tempo curto, e poderia haver gente sem acesso a esse civilizado meio de transporte. Em Lyon, uma mesma Vélib é alugada por mais de dez pessoas ao dia. Perigo de roubo? O ciclista paga uma caução de 150 euros. E, assim, retorna-a a uma das inúmeras estações de bicicletas.

No final das contas, chapeau para Delanoë. Em Londres, Ken Livingstone impôs o sistema de pagamento de diária para quem quer ir, de carro, ao centro de Londres. Deu certo. Mas custa. Quem continua rumando ao centro, de automóvel, paga não somente o preço imposto por Livingstone, mas também o estacionamento, o jantar, o teatro. Uma soma considerável para o casal que pretende ver um musical. Delanoë, mais astuto, fez o contrário. Estreitou ruas e avenidas, construindo ciclovias. Em vez de fazer o motorista pagar, o desencoraja a sentar atrás de uma direção.

Desde que assumiu a prefeitura, em 2001, o prefeito parisiense ofereceu nada menos que 200 quilômetros de ciclovias (alguns trechos são também destinados aos ônibus) espalhadas por Paris. Claro, alguns fanáticos do carro acusaram Delanoë de provocar ainda maior congestionamento.

O objetivo é tornar Paris mais verde e saudável. Até 2008, Delanoë pretende duplicar o número de ciclovias. E até 2020, o objetivo é reduzir o tráfego de automóveis em 40%.

Nem sempre é fácil se locomover de bicicleta. Este escriba viu, no domingo 15, vários motoristas irritados com a lentidão de alguns ciclistas em faróis, inclusive nas vias ditas “verdes”, abertas para ciclistas, mas, por vezes, a taxistas e motoristas de ônibus. Isso porque alguns ciclistas são lentos e a Vélib, como me disse Marine, de 25 anos, “é ótima, mas com três marchas fica difícil pedalar nas subidas mais íngremes”. Contudo, a relação entre motoristas e ciclistas, dizem experts, é questão de tempo. Segundo um estudo, “quanto mais bicicletas, menor o número de acidentes”.

Os motoristas vão se acostumar com os ciclistas, e estes, por sua vez, ficarão mais hábeis no trânsito. Para os ciclistas verdadeiramente urbanos, a própria bicicleta continuará sendo meio de transporte. Mas ele e ela também sairão ganhando com o programa de Delanoë porque, em parte, terão mais ciclovias e ouvirão menos palavrões dos motoristas de caminhonetes brancas (que parecem fazer curso de má-criação). No momento, apenas 40 mil, de 2,5 milhões de parisienses (região central), dizem usar bicicletas, mas o prefeito quer elevar o número para 250 mil.

COMÉDIA

Amigos,

lamento muito ter sido pego de surpresa pelo jornalista e ter falado sobre o assunto... É óbvio que ele não entendeu nada do que eu disse sobre a Bicicletada e é óbvio que ele não colocou que os desenhos começaram a ser feitos antes da Bicicletada. E é óbvio que tem um "especialista em lei" falando contra....

Mas o cara me pegou desprevinido.... Ainda bem que errou meu nome...

Em protesto, ciclistas criam ciclovias ilegais em SP

MANIFESTANTES PINTARAM A FAIXA DA DIREITA DE AVENIDAS COMO A SUMARÉ E PAULISTA. CET DIZ DESCONHECER O DESENHO. CICLISTAS QUEREM CICLOVIAS
Ciclistas de São Paulo criaram, por conta própria, faixas preferenciais para bicicletas. A sinalização feita do lado direito de importantes vias -uma bicicleta pintada com tinta branca- é um protesto contra a falta de ciclovias e também uma maneira de alertar os motoristas que há ciclistas pedalando na região.
Os desenhos foram feitos na noite de 31 de agosto, durante um encontro de ciclistas ativistas, a Bicicletada. "É uma forma de mostrar que não há estrutura, e também que a bicicleta é um veículo que tem o direito de andar pela rua", explica o jornalista Tiago Beniggio, que é um dos participantes da Bicicletada.
A organização do evento, explica Beniggio, não tem nada a ver com as pinturas. "São pessoas que foram ao encontro e resolveram protestar isoladamente. É gente que passa aqui todo dia e toma uma fechada dos carros", afirma o jornalista, que diz que não estava presente no dia.
As ruas marcadas com o símbolo são, geralmente, rotas feitas pelos ciclistas em seus passeios. Entre os locais, estão as avenidas Paulista e Sumaré e as ruas Henrique Schaumann e Groelândia. A prática de criar esse tipo sinalização alternativa já é adotada por ciclistas de outras cidades do mundo, como Toronto, no Canadá.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, em vias municipais, apenas a prefeitura pode fazer a sinalização. "Só o poder público pode fazer isso", explica o advogado Cyro Vidal, da Comissão de Assuntos e Estudos sobre o Direito de Trânsito da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Segundo ele, não há uma punição estipulada para a infração.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável pela sinalização na cidade, desconhecia os desenhos. Segundo a CET, eles serão avaliados e depois será decidido se serão apagados.
A forma de protesto é criticada pelo presidente do CAB (Clube Amigos da Bike), Sérgio Affonso. "Sou contra. Apesar de ser ativista, é errado. Eu iria por outro caminho e deixaria a sinalização a cargo do poder público", afirma Affonso. (Artur Rodrigues)
--

:.apocalipsemotorizado.blogspot.com

DIA MUNDIAL SEM CARRO


Sábado, 22 de setembro, será o Dia Mundial Sem Carro: uma jornada de reflexão sobre o uso do automóvel particular e ação por cidades mais humanas.
Em mais de 1500 cidades ao redor do planeta, pessoas, organizações, poder público e empresas se mobilizam para criar alternativas à destruição urbana e humana causada pela máquina de quatro rodas.
Em São Paulo, a semana será intensa. Na quinta-feira (20) ocorrerá um desafio intermodal, uma competição no horário de pico entre diferentes meios de transporte ( veja o relato do desafio no ano passado). Na sexta-feira (21) está programado uma limpeza na praça do ciclista, dentre outras atividades preparatórias para o dia seguinte. No sábado (22), acontece mais uma Bicicletada do Dia Sem Carro, com atividades lúdico-educativas durante todo o dia na Praça do Ciclista e uma massa crítica saindo às 15h.
Além das atividades organizadas pela Bicicletada, uma série de eventos e atividades estão sendo programados pela Prefeitura e pelo Movimento Nossa São Paulo.

Mais informações:
http://apocalipsemotorizado.blogspot.com
http://bicicletada.org
http://www.worldcarfree.net/wcfd/

Onde:
As atividades ocorrerão na Praça do Ciclista (exceto o Desafio Intermodal) que fica no canteiro central da Av. Paulista próximo a Consolação.

Programação:
Quinta-feira
18h - Desafio intermodal - concentração a partir das 16:30h na praça no número 1000 da Av. Berrini

Sexta-feira
16h - Limpeza da Praça do Ciclista (traga sua vassoura, pano, saco de lixo etc)
21h - Pintura de ciclofaixas (concentração na praça)
23h30 - Luau na praça (a confirmar)

Sábado
9h - Atividade de meditação
10h - Atividades lúdico-educativas (plantio de mudas, panfletagem, confecção de cartazes e camisetas, atividades na rua etc)
11h - Oficina sobre cicloturismo
12h - Pique-nique coletivo
13h - Oficina colaborativa da Coopbike sobre mecânica de bicicletas
14h - Concentração para a Massa Crítica
15h - Massa Crítica do Dia Mundial sem Carro (roteiro ainda não definido)
18h - Mostra de vídeos na praça e lanche vegetariano
20h - Festa na praça (DJ Ban)

FOTOS DA SAMIRA MENEZES - BICICLETADA DOS EXECUTIVOS

Samira Menezes, é jornalista e atualmente trabalha na Revista dos Vegetarianos.

Foto: Samira Menezes - 31/08/2007
Demarcar o Território.

Foto: Samira Menezes - 31/08/2007
Uma Executiva.

Outras fotos no Álbum.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

SESC POMPÉIA E O BICICLETÁRIO

Em 12 de janeiro de 2007, 1ª bicicletada LOCAL LAPA. Uma ação no SESC POMPÉIA: CADÊ O BICICLETÁRIO?
Conversamos com um funcionário, que nos explicou sobre as dificuldades de arquitetura e engenharia.
FOTO: TIAGO TROGLIO - 12/01/2007.

Ficou só uma promessa: depois da reforma do 8º andar, a questão do bicicletário estaria solucionada.

Agora em setembro, nova bicicletada, a 2ª LOCAL LAPA. Veja o Texto e as fotos do Ludista
FOTO: LUDISTA. - 16/09/2007

"conversaram com um representante do Sesc a respeito da instalação de bicicletários ou paraciclos no local, pedida em janeiro deste ano.
O funcionário alegou que até agora não teve resposta da sub-prefeitura em relação ao pedido de instalação de paraciclos nas calçadas. Argumentou também que, em se tratando de um prédio tombado, as reformas são bastante complicadas.
FOTO: LUDISTA. - 16/09/2007
Os ciclistas passaram informações sobre a legislação municipal a respeito das calçadas e sugeriram algumas opções: instalação de paraciclos móveis na área interna do Sesc, um bicicletário na parte não-tombada do edifício ou a instalação de paraciclos na calçada em frente à entrada principal.
FOTO: LUDISTA. - 16/09/2007
Quem sabe o Sesc não se torna a primeira instituição de porte em São Paulo a instalar bicicletários e paraciclos em todas as suas unidades? A semente foi plantada..." LUDISTA

Então vamos aguardar..quem sabe, não é mesmo!!!

ABSURDO!!


Metrópoles do mundo todo estão se preparando para o próximo dia 22, Dia Mundial Sem Carro, e ainda assim hoje, apenas a 10 dias dessa grande comemoração, sou obrigada a passar uma manhã na delegacia prestando queixa de ter sofrido discriminação e constrangimento por ser ciclista, além dos danos morais causados.
Dentre outras atribuições, sou professora de inglês, e tinha aula agendada para um novo aluno hoje às 7h45, e por morar a menos de 5km do local, optei por ir de bicicleta. Ele trabalha no edifício que fica no complexo do Shopping Villalobos, e prevendo alguns minutos de antecedência para poder estacionar a bicicleta no bicicletário e poder lavar o rosto antes de subir para a aula (sempre me planejo para não chegar ofegante aos lugares quando vou pedalando), cheguei por volta de 7h30 ao local. Mas eis que meu planejamento não adiantou em nada.
Após conversar com o segurança 1 – que me proibiu de estacionar em local de fácil acesso e sem empecilho algum ao trânsito local, fui encaminhada a conversar com o segurança 2 – que iniciou o questionamento sobre o porquê de eu estar lá de bicicleta, qual meu nome, onde eu ia, falar com quem, por quanto tempo, etc... (se eu já estivesse na recepção do edifício, ok, pois o papel de uma RECEPÇÃO é esse mesmo, mas pessoas que chegam de carro não passam pelo mesmo tratamento e questionamento ao cruzarem os seguranças do estacionamento para visitantes). Não obstante, o segurança 2 começa a pedir auxílio ao segurança 3 – que tampouco me liberou entrar e estacionar a bicicleta no único local permitido, por ser um bicicletário somente para funcionários e/ou pessoas com crachás de identificação, e então solicitou meu RG para verificar se eu realmente era uma visitante (imagino o que teria acontecido se aquela fosse a minha primeira vez no edifício).
Então iniciei meu discurso sobre eu estar sendo discriminada, pois eu já estivera presente àquele estacionamento outras duas vezes nos últimos 10 dias, ambas de Jeep (um meio de transporte muito mais perigoso e poluente que uma bicicleta, por isso de eu não dirigi-lo em todos os lugares que freqüento o tempo todo), e nada disso havia acontecido, meu RG não fora requisitado e nem visitante cadastrada eu era, somente pelo fato de chegar ao local de carro, e não de bicicleta, sendo o ticket de estacionamento (a ser retirado depois da barreira dos seguranças) a única requisição de identificação antes da recepção (se ninguém precisa digitar o RG para conseguir um ticket de estacionamento, por que não um procedimento similar para o uso dos bicicletários?).
Enfim, segurança 3 liga para a administração geral do prédio, que ainda assim não me autoriza, pois – repito – o único lugar permitido para bicicletas é o bicicletário de funcionários, e como eu não sou funcionária, não tenho o direito de utilizá-lo. Aparentemente a administração do edifício não se adequou à Lei XXXX/2007, que estabelece que qualquer estabelecimento comercial é obrigado a ter um bicicletário, sendo as bicicletas reconhecidas oficialmente como meios de transporte, podendo inclusive fazer uso comercial do mesmo (eu não me incomodaria em ter de pagar um estacionamento justo para guardar a bicicleta em local seguro).
Resumindo, eu – que chegara ao local por volta das 7h30, com compromisso marcado às 7h45, só fui, de fato, liberada a entrar no estacionamento às 8h04, e ainda tive de descer ao tal do bicicletário exclusivo junto ao segurança 4 – que foi de moto me guiando para eu não me perder em um trecho de uns 30m, em linha reta, para então prender a bicicleta com cadeado e seguir rumo à recepção (já eram 8h11...). Quando estava já entrando na portaria central do prédio, meu aluno, que sabia que eu estava lá embaixo passando por algumas dificuldades, me liga e “Desculpe, Luciana... mas já se passou meia-hora, acho que nem vale a pena termos aula hoje... fica só para a próxima semana...”. (Pausa para momento de indignação!)
Além de me discriminarem por não estar portando um veículo automotor; e de não seguirem a lei por não providenciarem um bicicletário para visitantes; e de terem me desrespeitado e constrangido por ser obrigada a ter de ser “aprovada” por 4 seguranças distintos, além da administração central; além disso tudo, ainda fui vítima de danos e perdas morais, pois minha aula foi cancelada e minha credibilidade como profissional abalada por um interferência externa e não justa!!!
Não tive dúvidas, segui rumo à delegacia, expliquei todo o caso, e fui orientada a – sim, entrar com um processo de pequenas causas com o pedido de indenização por constrangimento, perdas e danos morais, para que a administração do edifício arque com a responsabilidade e as conseqüências pelo ocorrido, mas como não creio totalmente na justiça desse país (vide descrições de fatos como os acima narrados...), resolvi escrever aos principais meios de comunicação, que por já me terem como cliente há bastante tempo, têm de mim admiração, respeito e confiança. Conto com a ajuda de vocês, agora, para poder divulgar o ocorrido, para que as devidas providências sejam tomadas, e com isso incitar que pessoas que tenham sofrido e/ou sofram em situações similares busquem seus direitos de cidadãs. Não há indignidade alguma em ir pedalando para o trabalho, muito pelo contrário, minha bike tem emissão zero de CO2, e só passei por tudo isso pela consciência de não ser necessário utilizar um veículo para um deslocamento tão pequeno... Mas mesmo quando estou dirigindo o Jeep, nada pequeno, ainda assim não fico assustando carros menores, como os carros fazem com os ciclistas geralmente...
Para finalizar, gostaria de deixar claro – pois prometi aos seguranças 2 e 3 que o faria – que todos os procedimentos de todos os seguranças envolvidos foram determinados pela administração central, tanto que o segurança 5 – que fica o tempo todo no bicicletário controlando entrada e saída de motos – me serviu de testemunha e agente para desabafo quando compartilhou já estar ansioso ao ouvir no rádio, nos últimos 40 minutos, a minha saga para chegar até ele. Assim, penso que se há algum responsável pela manhã atribulada que tive, e os prejuízos morais, sem dúvida é a administração central, e não os seguranças que me atenderam.
Grata pela atenção e apoio ao combate à falta de cidadania! Por favor, me ajudem a divulgar e impedir que os cidadãos ciclistas e conscientes percam seus empregos por chegarem atrasados devido ao “trânsito” do estacionamento!!!
Forte abraço, Luciana Telles( telleslu@gmail.com)

QUE LINDO DIA...

BICICLETADA LOCAL LAPA DE SETEMBRO DE 2007
Em pé: Tiago P, Cainaã, Guta e Gustavo; quase ajoelhados Gatti, Toni e Tiago T
Foto: Dani.

14 Ciclo Ativistas....
uma bicicletada do terminal LAPA, passando no SESC Pompéia,( pressão para um bicicletário) e de lá para a sorveteria SOROKO, na rua Augusta.

UM DESAFIO...

Dupla de cegos vai do interior ao litoral de SP de bicicleta


CAMPINAS - Após um ano de treinos intensos, dois cegos vão sair de Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, e pedalar até Ubatuba, no litoral paulista, a partir de sábado, 15. Os atletas Adejair Cordeiro, de 44 anos, e Antônio Alves, de 58 anos, vão percorrer aproximadamente 300 quilômetros durante uma semana. Os esportistas viajarão em bicicletas duplas, cada um com um guia. Um terceiro guia acompanhará a viagem em um carro de apoio.

Durante os sete dias de passeio, os atletas farão paradas em Atibaia, Igaratá, Santa Branca, Salesópolis e Caraguatatuba, até chegar a Ubatuba. Para conseguir completar o percurso, Cordeiro e Alves foram preparados em treinos que incluíam ciclismo, natação, corrida e musculação. "A gente se exercita cinco dias por semana", afirmou Cordeiro. Sua deficiência visual foi conseqüência de uma meningite, em 1993.

Após passar 98 dias no hospital (58, em coma) e de perder 50 quilos, Cordeiro não enxergou mais e mal conseguia caminhar."Ele chegou aqui e quase não parava em pé sozinho", afirmou a preparadora Romilda Maria de Moraes Roncoletta, uma das guias do passeio. Nos últimos 11 anos, Cordeiro já correu quatro vezes a São Silvestre e uma meia-maratona. E, sem falsa modéstia, diz que consegue pedalar até 80 quilômetros em um mesmo dia.

A deficiência visual de Alves também foi adquirida. Há 15 anos, ele sofreu uma inflamação no globo ocular e perdeu a visão. Casado e com quatro filhos, o então funcionário de uma empresa de autopeças se isolou: foi morar em Jarinu, sozinho, entrou em depressão e só voltou a ter atividades regulares e contatos sociais cinco anos depois do diagnóstico.

"Um dia senti que a vida continua", afirmou Alves. Ele procurou o Instituto Luiz Braille em Jundiaí e iniciou o que os profissionais chamam de processo de adaptação. Adaptou-se mesmo: Alves passará ao menos seis horas diárias em cima de uma bicicleta, na estrada, nos próximos sete dias. E vai encarar uma subida de nove quilômetros nesse percurso.

Quando enxergava, Alves chegou a visitar Ubatuba. Cordeiro, não. Desta vez, eles saberão como é a paisagem, qual a condição da estrada e outros detalhes da viagem por meio das descrições dos guias. "A gente tem de confiar neles. E como já enxergou um dia, fica mais fácil", disse Alves.

Os atletas integram um grupo de 230 deficientes do Programa de Esforço e Atividade Motora Adaptadas (Peama), da Prefeitura de Jundiaí, que praticam oito modalidades esportivas sob orientação profissional.

Fonte: Estadão 14/09/2007, acesso em 17/09/2007.



Dia 22 de Setembro na capital paulista será um dia especial.

Será um dia para experimentar a cidade sem o carro e usar a rua como espaço lazer e encontros, para caminhadas e ciclismo. Será um dia para se informar, vivenciar experiências, refletir, participar, conversar, contribuir com idéias, brincar. Ou seja, reconquistar a rua como espaço público do público.

veja mais informações no site do movimento NOSSA SÃO PAULO.

domingo, 16 de setembro de 2007

NOSSAS BICICLETINHAS

BICICLETAS
Ciclovia por conta própria

Da noite para o dia, o asfalto de grandes ruas e avenidas de São Paulo foi tomado por desenhinhos de bicicletas. Será que uma ciclovia está sendo implantada em São Paulo? A CET não sabe de nada. E é justamente por que os órgãos responsáveis pelo trânsito não respeitam seus direitos que um grupo de ciclistas resolveu criar o que eles batizaram de "ciclo-rotas": "Estamos realizando de forma anárquica o que a CET deveria fazer de forma planejada", diz a ciclista Renata Falzoni, apresentadora da ESPN-Brasil e porta-voz do grupo.
Responsável pela grafitagem de 100 dessas bicicletinhas, o artista plástico Marcelo Siqueira, 29 anos, sai sempre de casa com uma latinha de spray e um molde, que pode ser feito em papel triplex ou em chapas de radiografia.
A grafitagem de um desenho pequeno, medindo 2 x 2 metros, leva em média 15 segundos para ser feita. "O processo é bastante rápido para não atrapalhar o trânsito nem representar um risco para mim", afirma Marcelo. Renata conta que já testou a utilidade dos desenhos:
"Estava fazendo uma conversão num cruzamento sinalizado com o desenho no asfalto", conta. "Um motorista veio se aproximando demais de mim, mostrei a bicicleta pintada no chão e ele respeitou meu espaço."

Fonte: Jornal da Tarde

EM DUAS RODAS

Hamilton e Toni, 01/01/2007. arquivo pessoal

Sampa em duas rodas

Cristiane Prizibisczki*

28.06.2007

Capacete na cabeça, mochila no lugar, banco regulado para minha altura e uma rápida aula sobre marchas leves e pesadas. Pronto, o passeio de bike por São Paulo acaba de começar. Ibirapuera, Moema, asfalto, prédios, luzes, ruas esburacadas, malabarismos para me manter no espaço devido da faixa e sofrendo o desrespeito dos outros motoristas. As dificuldades foram logo contornadas, já que estava com um grupo de ciclistas equipados e com guias. Porém, a vida de quem quer – ou precisa – andar de bicicleta em Sampa não é fácil. Mesmo assim, o hábito está cada vez mais freqüente.

Nos últimos cinco anos, o número de deslocamentos diários em bicicleta na capital paulista mais que dobrou de tamanho, pulando de 130 mil para 300 mil. O tamanho ainda é insignificante nas estatísticas de locomoção urbana. Só de viagens de carro, segundo dados da última pesquisa Origem-Destino, realizada em 2002 na cidade de São Paulo, por exemplo, foram mais de 5 milhões todos os dias. A desproporção, no entanto, não tira qualquer mérito de quem anda pedalando para se movimentar por São Paulo. Além do exercício físico individual, os ciclistas contribuem razoavelmente para não piorar as pressões que o tráfego exerce sobre o meio ambiente.

Bicicletas ocupam bem menos espaço nas ruas. E não poluem o ar. Um veículo à gasolina com motor entre 1.5L e 2.0L, – como um Volkswagen Golf ou um Chevrolet Astra – emite 0,06 ton/CO2 em um percurso de 30 km – o equivalente a ir e voltar da Praça da Bandeira, no centro da cidade, ao Centro Empresarial São Paulo, na Marginal Pinheiros. O mesmo caminho em duas rodas seria coberto sem produzir qualquer emissão em apenas uma hora. Isso, claro, se o tráfego de São Paulo não cruzar na sua frente.

Paulo Saldiva, médico patologista do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e ciclista por opção, já teve de se contorcer muito para não ser atropelado. "São muito comuns os acidentes por motivo de desatenção de motoristas de carros, que abrem a porta sem olhar para quem vem na direção", exemplifica. Saldiva, que anda cerca de 20 km diários para ir e voltar do trabalho, sofreu um acidente grave há alguns anos. Ao voltar de São Roque para a cidade de Caucaia do Alto, onde geralmente passa os finais de semana, foi "agredido" por um motorista de carro. "Acho que o motorista ficou incomodado por eu estar de bicicleta e acelerou na minha direção, me fazendo sair bruscamente da estrada. Me ralei todo. Foi basicamente uma agressão".

Mesmo assim, Saldiva é um defensor do uso da bicicleta para a locomoção. As pedaladas começaram nos tempos da universidade, "por falta de dinheiro", segundo ele. Mas hoje a magrela é, por paixão, seu único meio de locomoção na capital paulista. "Com a bicicleta eu consigo me relacionar mais com as pessoas e com a cidade. Posso parar quando quero para conversar com alguém, percebo detalhes de arquitetura e até faço estudos de poluição. A bicicleta, para mim, tem uma importância ambiental grande, além da função educativa e de saúde", defende ele.

Raio X

Apesar de alguns avanços na legislação, como a lei 13.995, de 10 de junho de 2005, que determina a construção de bicicletários em locais abertos ao público, e o Projeto Ciclista Cidadão, que entrou em vigor há um mês e garante o acesso dos ciclistas ao Metrô e aos trens da CPTM nos finais de semana, ainda são necessárias muitas pedaladas para se chegar ao ideal ou, pelo menos, garantir mais segurança para quem anda sobre duas rodas na capital. Em 2004 foram contabilizados 51 acidentes fatais com ciclistas na grande São Paulo; em 2005, ano do último levantamento feito pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), foram 93 mortes de ciclistas, principalmente em avenidas que dão acesso às saídas da cidade.

Os dados acima são reveladores e devem ser analisados com apreensão, já que cada vez mais gente tem optado pela "magrela" para se deslocar pela capital. Quase sempre dividindo o espaço com carros, ônibus e motos, já que quase não há ciclovias na cidade - a que começou a ser construída na avenida Brigadeiro Faria Lima não foi terminada e hoje conta com apenas 1,3 km não contínuos de extensão; a da estrada da Colônia, no bairro Parelheiros, foi apropriada por outra obra há alguns anos e reinaugurada há poucos meses com 1,8 km de extensão; a da avenida Sumaré, com 1,4 km, foi apropriada pelos moradores como pista de caminhada.

Dos parques existentes, apenas o Ibirapuera, o Parque do Carmo, o Anhangüera e o Cemucam, em Cotia, têm ciclovias, e chegar até eles, para quem não possui carro, nem é tão fácil assim. Se por um lado o acesso foi facilitado pela liberação do Metrô, por outro o horário de uso deste meio, segundo os ciclistas, ainda é muito restrito - aos sábados, das 15h às 20h e, aos domingos e feriados, das 7h às 20h - e não há previsão de que ele seja aumentado. "Não pretendemos nem pedir a expansão do horário para o Metrô. O objetivo é lazer mesmo", já adianta a coordenadora do Grupo Pró-ciclista da Prefeitura de São Paulo, Laura Ceneviva.

De acordo com Laura, apesar da reclamação dos ciclistas, esta é mais uma vitória para o trabalho do grupo Pró-ciclista, que atua no melhoramento cicloviário da cidade com estudos localizados e construção de ciclovias – há ciclovias sendo projetadas ou construídas em seis locais da cidade, como os bairros do Butantã e da Casa Verde. "Trabalhamos com estudos locais e hipóteses de construção de ciclofaixas, sinalizações específicas e bicicletários", explica.

Porém, a discussão sobre a situação dos ciclistas em São Paulo vai além da delimitação de espaços apropriados para o deslocamento de bikes ou construção de estacionamentos. Para o empresário Guilherme Cavallari Gomes, ciclista há mais de vinte anos e autor de três guias de trilhas de mountain bike, o maior desafio é a conscientização de motoristas de outros veículos sobre a importância da bicicleta. "Não se trata de construir ciclovias, porque isso isola o ciclista, o que acaba não sendo simpático aos olhos da população. Criar espaços exclusivos inviabilizaria a malha viária. O que precisa haver é uma cultura de respeito e conscientização de que uma bicicleta a mais é um carro a menos no trânsito de São Paulo. É menos poluição sendo liberada para o ar paulistano e maior espaço na malha viária, já que a bicicleta ocupa espaço de um metro quadrado e o carro ocupa cinco, seis metros quadrados", defende ele.

Ainda falta muito para que a vida do ciclista em São Paulo seja facilitada e para isso são necessárias políticas públicas e mudanças de mentalidade, mas não dá para negar que andar sobre duas rodas, além de contribuir para a melhora da qualidade do ar , é um ótimo exercício para a alma e para o corpo, mesmo que algumas dores musculares apareçam no dia seguinte, como aconteceu comigo.

* Cristiane Prizibisczki é jornalista é mora em São Paulo.

sábado, 15 de setembro de 2007

ACREDITO EM PESSOAS E NAS SUAS ATITUDES

DO BLOG DA SONINHA NO UOL acesso em 15/09/2007.


Bikes pra todo lado...

É que nem aquele comercial de cartão de crédito: quando você está grávida (ou grávido), vê grávidas, bebês, carrinhos de bebê e revistas sobre bebês por toda parte. Quando está esperando alguém que vai chegar em um carro vermelho, se espanta: como tem carro vermelho nesse mundo!

Eu agora olho para todo lado e só vejo ciclistas. Entregando pizzas, galões de água, material de escritório. Jovens e velhos, moças e moços, passeando e praticando esporte, indo ao trabalho e à escola. Não sei se tem cada vez mais ciclista ou se eles são o meu “carro vermelho”, em que eu nunca tinha reparado tanto.

A minha bicicleta faz o maior sucesso. Um monte de gente já veio me perguntar quanto é, onde compra. Pena que é importada... Ela é engraçada, provoca mais simpatia do que hostilidade (muitos odeiam bicicleta no trânsito). Tem as rodas pequenas e o banco e o guidão bem altos; todo mundo repara e sorri. Sem ilusões: o fato de eu ser menina e não menino também ajuda.

Incrível como o seu meio de locomoção muda tudo. Mudar o jeito como você sai de casa tem a maior influência sobre o dia todo. Começa do fato de não ter de procurar chave e documento... Para mim, uma bênção (quem já viu minha bolsa e minha mesa pode imaginar). Nem com a chave do cadeado, uma vez que ela não fica amarrada do lado de fora, mas entra comigo nos lugares. Aliás, é gozadíssimo ter um meio de transporte que às vezes me carrega, às vezes eu carrego ele.

Sair pedalando da garagem do prédio é gostoso, divertido. Não preciso ficar sentada esperando o portão de correr abrir até o fim; saio mais rapidamente do que de carro! Ganho a rua com uma velocidade curiosa, muito maior do que a de um pedestre, não muito menor do que a da moto. Afinal, são só 20 metros até o primeiro cruzamento; não daria para ganhar velocidade com um motor.

Preciso pensar no caminho de um jeito completamente diferente. Me lembra aqueles exercícios para desenhar com o lado direito do cérebro: o que era super conhecido precisa ser traçado de ponta-cabeça, de trás para diante, a relação entre os pontos de origem e destino precisa ser estabelecida segundo outra lógica. Da Vergueiro à São João, por exemplo, é um trajeto simples, cheio de linhas retas, e no fim, quem diria, descubro que é mais perto do que eu pensava!

Esta é a primeira vez que uso bicicleta regularmente como “veículo”, desde os tempos em que passava as férias em Peruíbe. Recupero agora a sensação de que lerdo é caminhar... (Bicicletas parecem lerdas para motoristas e motociclistas como eu). Lembro que percorrer dois ou três quilômetros para ir ao supermercado e voltar equilibrando uma penca se sacolas era normal; chato era ir a pé. É sério, as distâncias, mesmo em São Paulo e suas ladeiras, são mais curtas do que parecem. (Adoro andar, mas normalmente não posso ser lerda).

Essa mudança de hábito é uma experiência tão envolvente, tão abrangente que eu tenho comparado a mudar de bairro ou cidade, de emprego ou de estado civil. Ou a deixar de ser fumante ou carnívoro. A rotina se reorganiza; você começa a se sentir parte de um outro clube, aprende a viver de outro jeito.

Gostar de uma idéia e colocá-la em prática são mesmo coisas bem diferentes. Ainda bem que eu fui forçada a isso (porque roubaram a moto...).

Escrito por Soninha às 20h57, em 13/09/2007.


Parabéns SONINHA!!!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

BICICLETADA LOCAL LAPA



DIA 16/09, uma iniciativa de descentralização da Bicicletada em São Paulo acontece no bairro da Lapa. A Bicicletada Local - Lapa tem encontro marcado para as 17h, na praça Miguel Dell’Erba, em frente ao Terminal de ônibus da Rua Guaicurus.

Da esquerda para a direita: João, Hamilton, Toni, Renan, Fabi, Iolanda e Tiago
Foto: arquivo pessoal 12 de Jan de 2007.



UM PEDAL

foto: 02/09/2007 - ESTAÇÃO CPTM DA LAPA


Domingo, 09 de setembro, manhã de sol...Um convite para um pedal!

Eu e Tiago, saímos da Lapa às 11h. Pedalamos na Av. Ermano Marchetti, até o Viaduto Pacaembú, depois o minhocão e finalmente a Av. da Consolação.
Um Pedal tranquilo, de observação da cidade, da paisagem urbana que a forma/transforma-se cotidianamente.
Fomos xingados de todos as formas: com gestos e verbalmente.
Chegamos na Av. Paulista: 13h. Agora um almoço, bem tranquilo, lá no Vegethus, em uma rua próxima do metrô Stª Cruz. Proseamos muito, sobre tudo e todos, mas principalmente sobre esse pedal tranquilo.
p.s faltou levar a máquina fotográfica.
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DESABAFO DO ZENGA

"morava em plena avenida paulista, pedalava la sempre, nao sou nenhum kamikaze e nunca passei por nenhuma situacao de real perigo. E todas situacoes de desconforto com o trafego que jah passei ali, foram causadas pelo mais puro e simples desrespeito dos motorizados e conivencia das autoridades (ali tem um CET ou policial a cada duas quadras, normalmente)...


ou seja, lugar de bike eh na rua, sim, problemas de conflito com o transito deveriam ser tratados com traffic-calming e nao ciclovias, pois muito mais importante que a luta por cidades ciclaveis e seguras para a bicicleta eh a luta por cidades humanas e seguras para absolutamente todos seus cidadaos.

Nao vejo como uma simples ciclovia pode fazer isso, gera ateh a mesma supremacia pela forca dos ciclistas sobre os pedestres (sai da minha ciclovia senao eu te passo por cima!)....alem de limitar, na cabeca dos motorizados e do restante da populacao, de bicicleta eh na ciclovia, tah na rua, tah no lugar errado."


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BOA LEITURA

A BICICLETA :: Código de Trânsito Brasileiro (CTB)

Regras relativas a bicicletas

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:

(...)

Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.

Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.

Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.

§ 1.º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.

DOS VEÍCULOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 96. Os veículos classificam-se em:

I - quanto à tração:

a) automotor;

b) elétrico;

c) de propulsão humana;

d) de tração animal;

e) reboque ou semi-reboque;

II - quanto à espécie:

a) de passageiros:

1 - bicicleta;

2 - ciclomotor;

3 - motoneta;

4 - motocicleta;

5 - triciclo;

6 - quadriciclo;

7 - automóvel;

8 - microônibus;

9 - ônibus;

10 - bonde;

11 - reboque ou semi-reboque;

12 - charrete;

(Continua)

Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:

(...)

VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:

(...)

XIII - ao ultrapassar ciclista:

Infração - grave;

Penalidade - multa;


Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.


ANEXO I

DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:

ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.

BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.