quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vamos todos

No próximo sábado (10) a cidade de São Paulo fiinalmente ganha um cartão postal à altura de seus seis milhões de motores: a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, carinhosamente apelidada de Estilingão.

Para comemorar a inauguração do cartão-postal que não permite a convivência entre as pessoas, acontecerá um piquenique. A perigosa arte de compartilhar espaço, comida e conversa está marcada para as 9h da manhã (e deve ir até o meio da tarde).

Venha de bicicleta, de skate, patins ou transporte público.

Traga a família, um prato de doce ou salgado, uma bebida e muita alegria.

Venha comemorar os 900 metros de concreto e aço por onde não passam linhas de ônibus, pedestres ou bicicletas!

O ponto de encontro é a praça José Anthero Guedes (av. Luiz Carlos Berrini), embaixo do Estilingão.

Convite Azul

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O X da questão

Futurismo não significa construir uma marcante obra arquitetônica ousada.

Futurismo seria tê-la construído depois que o rio que ela atravessa já estivesse despoluído. Aí sim, seria uma comemoração, um marco de progresso de cidadania de uma cidade que não dá a mínima importância pra isso.

Futurismo seria tê-la construído depois que ciclistas e pedestres pudessem atravessá-lo por mais de 10 pontes que o cruzam, além de mais outra dezena de pontes que cruzam também o Rio Tietê.

Para variar, colocaram a carroagem da frente dos bois, no nosso caso, mais uma vez e sempre, colocaram o automóvel como prioriodade antes de pedestres e ciclistas.

Futurismo hoje é pensar no presente, analizá-lo, para depois disso pensar no futuro.

SETECENTOS carros a mais por dia numa cidade que, há tempos não comporta o trânsito nem vagas para estacioná-los, onde qualquer obra que faça com que os carros "andem" um pouco mais rápido, não vai "refrescar" nada.

Futurismo seria fazer com que os ciclistas pudessem atravessar TODAS as pontes que já existem com absoluta segurança e que estas mesmas pontes tivessem acesso para a via asfaltada que já existe exatamente abaixo dessa mesma imponente ponte. Uma solução simples e extremamente barata que contrasta com toda essa imponência desnecessária. Desta forma, poderíamos nos deslocar com facilidade e segurança ao longo dos rios que esperamos serem despoluídos aos poucos e, ligadas a estas várias pontes, existiriam acessos para o interior dos bairros ou para um sistema cicloviário extremamente viável e muito mais barato do que uma obra faraônica como esta linda ponte que veio para comemerar o quê? O caos urbano?

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Um comentário:

Anônimo disse...

ótima idéia. se deixarmos o barco andar do jeito que está, pessoas e bicicletas vão virar mera paisagem na cidade de são paulo.