Francisco de Assis, nascido em uma família de nobres, em um momento de sua vida, inicia um movimento partilhar o que tinha, com aqueles/as que nada possuíam.
Leia o texto/relato do M. Canna,(capturado no blog da Aninha) :
"Me lembro de uma passagem uns tempos atrás: Estava na bicicletaria, trocando meus pneus 2.0 novinhos por dois 1.5 slicks, pois os largos não me agradavam. Pagava R$ 25 paus em cada pneu, mais as câmeras novas...sem pensar muito que estava gastando uns 70 reais ali, graças a Deus não me fazem falta. Enquanto aguardo, um rapaz bem simples, com uniforme de empresa e uma bike toda fudida chega perguntando quanto era um pneu novo. A bike dele era uma montain bike toda ferrada, com roda dianteira com aro diferente da traseira, os pneus estavam um caco, sem ferio traseiro... Puxei assunto e ele me disse que ia para o trabalho todo dia de bicicleta, fiz uns cálculos e ele pedalava uns 40km por dia. Disse que fazia supermercado, tudo ele ia de bike pois era mais rápido e fazia bem pra saúde. Ao saber o preço do pneu mais barato, descartou a compra pois nitidamente não tinha a grana para comprá-lo. A minha ficha caiu. Ofereci meus dois pneus com as respectivas câmeras. Ele achou meio estranho e perguntou quanto era. Disse que não era nada, eu ia entulhar isso em casa e pedi pro cara da bicicletaria arrumar uma roda 26 usada pra ele montar com os pneus que dei. O cara abre a carteira, saca os únicos 10 reais que tinha e me oferece. Me senti um lixo. Falei pra ele que ficaria muito feliz em saber que ele iria usar os pneus e que dos amigos não se cobra nada.
Os olhos do cara encheram de lágrimas...
Eu vivo lamentando os números da empresa, que eu perdi ali, que eu ganhei ali...catzo, eu tenho um monte de bicicletas, todas do jeito que quero, poderia me sentir um cara realizado, e acho que pedalo muita coisa...
Eu sou na realidade um merda...quem pedala são estes guerreiros. Eles são os ciclistas urbanos, percorrem distâncias diárias gigantes com uns trambolhos daqueles, só com freio traseiro. Nem fazem idéia do que a bicicleta representa no trânsito ou os direitos que têm, eles só querem pedalar e chegar vivos em casa.
Tem situações que fazem a gente pensar: o que faz encontramos estas pessoas para deixarmos de reclamar um pouco e olhar pro cara que tá do seu lado?
É isso.
Canna"
Leia o texto/relato do M. Canna,(capturado no blog da Aninha) :
"Me lembro de uma passagem uns tempos atrás: Estava na bicicletaria, trocando meus pneus 2.0 novinhos por dois 1.5 slicks, pois os largos não me agradavam. Pagava R$ 25 paus em cada pneu, mais as câmeras novas...sem pensar muito que estava gastando uns 70 reais ali, graças a Deus não me fazem falta. Enquanto aguardo, um rapaz bem simples, com uniforme de empresa e uma bike toda fudida chega perguntando quanto era um pneu novo. A bike dele era uma montain bike toda ferrada, com roda dianteira com aro diferente da traseira, os pneus estavam um caco, sem ferio traseiro... Puxei assunto e ele me disse que ia para o trabalho todo dia de bicicleta, fiz uns cálculos e ele pedalava uns 40km por dia. Disse que fazia supermercado, tudo ele ia de bike pois era mais rápido e fazia bem pra saúde. Ao saber o preço do pneu mais barato, descartou a compra pois nitidamente não tinha a grana para comprá-lo. A minha ficha caiu. Ofereci meus dois pneus com as respectivas câmeras. Ele achou meio estranho e perguntou quanto era. Disse que não era nada, eu ia entulhar isso em casa e pedi pro cara da bicicletaria arrumar uma roda 26 usada pra ele montar com os pneus que dei. O cara abre a carteira, saca os únicos 10 reais que tinha e me oferece. Me senti um lixo. Falei pra ele que ficaria muito feliz em saber que ele iria usar os pneus e que dos amigos não se cobra nada.
Os olhos do cara encheram de lágrimas...
Eu vivo lamentando os números da empresa, que eu perdi ali, que eu ganhei ali...catzo, eu tenho um monte de bicicletas, todas do jeito que quero, poderia me sentir um cara realizado, e acho que pedalo muita coisa...
Eu sou na realidade um merda...quem pedala são estes guerreiros. Eles são os ciclistas urbanos, percorrem distâncias diárias gigantes com uns trambolhos daqueles, só com freio traseiro. Nem fazem idéia do que a bicicleta representa no trânsito ou os direitos que têm, eles só querem pedalar e chegar vivos em casa.
Tem situações que fazem a gente pensar: o que faz encontramos estas pessoas para deixarmos de reclamar um pouco e olhar pro cara que tá do seu lado?
Acho que se as bicicletas não forem para todos, não serão para ninguém.
É isso.
Canna"
-.-.--.-.-.
6 comentários:
Meu amigo Pedalante, que bom saber que vc achou o adesivo e vai espalhar essa idéia, vamos torcer para que isso aconteça mesmo.
Olha esse relato que vc fez agora realmente é sensacional, olha a uns dois anos atrás eu ia de bike para o quartel ida e volta dava todo dia 1hora e 30 minutos e isso me ajudou muito na minha performance ainda mais que determinado acesso eu tinha que subir pelo um morro de que durava uns 20 minutos, só e uma pena que não da para fazer mais isso pq eu tive que mudar de residencia moro a uns 5 minutos do quartel. Essa história de doar os pneus novos para o cara da bike toda ferrada foi digno mesmo.
PARABÉNS...
JC
Sensacional essa história.
As pessoas tem que aprender a ter visão do todo, sempre.
O Mundo anda muito egoista e, se não mudarmos isso, a situação só vai piorar.
Tô te linkando no meu blog, adorei o espaço.
Beijos!
O Canna é um ser raro!
E quem não faria o que fiz, senão mais?
Tive a sorte de vivenciar este fato que, pelo módico preço de 2 pneus usados, ganhei um amigo.
Mais que tudo, a bicicleta pode nos dar estas passagens sublimes.
Vamos vivendo melhor.
Abraxx,
Canna
Canna, você é O cara mesmo!
Nem imaginava isso quando fui na minha primeira Bicicletada, ano passado e ficamos conversando até depois da meia-noite na Praça do Ciclista, eu, você e o Márcio (na primeira Bicicletada dele também). Foi a partir dali que comecei a pensar em muita coisa na minha vida. Já uso a bike como transporte, por opção, há 4 anos, mas naquela noite aprendi muito mais que em vários anos da minha vida.
Grande gesto, Canna!
Que sensibilidade! Adorei o texto.
[]
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