sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nas terras de Neruda

O Convite chegou rapidinho. Respondendo nossa sugestão, o cicloativista "chupa Cabra"( LC) e tb praticante de artes marciais nos indica que depois de pedalarmos pelo poema de Mário de Andrade, uma ciclotour pelas terras de Salvador Allende e Pablo Neruda:

Lendo os versos de Mário de Andrade não podia deixar de lembrar de "La Exiliada del Sur", texto redigido pela Chilena Violeta Parra, e posteriormente musicalizado por Patricio Manns e o grupo Inti Illimani em 1971.

Violeta Parra, na época em Paris, descreve como partes do seu corpo ficaram espalhadas pelo Chile.
Ahh se um dia eu pudesse percorrer o Chile de bicicleta, no mesmo esquema de percorrer São Paulo segundo os versos.

"Lira Paulista" é de 1944 e este texto pertence ao livro ”Décimas – autobiografía en verso” de 1966, trata-se da impronta do Brasileiro na obra da Chilena?

Não é que conheça muito de música desta época, é que em 2006 um grupo fez novamente popular esta música, trocando os violões por guitarras.

Abraços Geográficos.

XPK

Seguem ambas as versões:
http://www.goear.com/listen.php?v=ff7f7f6
http://www.goear.com/listen.php?v=9370c05


La exiliada del sur

(Violeta Parra - Patricio Manns)

Nomes de localidades aparecem em negrito.

Un ojo dejé en Los Lagos
por un descuido casual,
el otro quedó en Parral
en un boliche de tragos,
recuerdo que mucho estrago
de niña vio el alma mía,
miserias y alevosías
anudan mis pensamientos,
entre las aguas y el viento
me pierdo en la lejanía.

Mi brazo derecho en Buín
quedó, señores oyentes,
el otro en San Vicente
quedó, no sé con qué fin;
mi pecho en Curacautín
lo veo en un jardincillo,
mis manos en Maitencillo
saludan en Pelequén,
mi falda en Perilauquén
recoge unos pececillos.

Se m'enredó en San Rosendo
un pie el cruzar una esquina,
el otro en la Quiriquina
se me hunde mares adentro,
mi corazón descontento
latió con pena en Temuco
y me ha llorado en Calbuco,
de frío por una escarcha,
voy y enderezo mi marcha
a la cuesta 'e Chacabuco.

Mis nervios dejo en Granero,
la sangr'en San Sebastián,
y en la ciudad de Chillán
la calma me bajó a cero,
mi riñonada en Cabrero
destruye una caminata
y en una calle de Itata
se me rompió el estrumento,
y endilgo pa Nacimiento
una mañana de plata.

Desembarcando en Riñihue
se vio a la Violeta Parra,
sin cuerdas en la guitarra,
sin hojas en el colihue;
una banda de chirigües
le vino a dar un concierto...

Se realmente for um indicativo de um convite, vamos pensar para o verão de 2010. Outros e outras aqui de São Paulo, podem já começar a se preparar, pois pedalar é poesia.

p.s Adoro Violeta Parra.
-.-.-.-.-.

4 comentários:

Unknown disse...

Então, Pedalante, sinto falta de suas atualizações, mas sou paciente, rs...

carona...

Violeta Parra, putz que massa... "Gracias a la vida", acho que ainda sei de cor ela todinha, um dia me apaixonei por essa letra e então pela Violeta. Conheci pela voz de Elis Regina, que interpretou magistralmente essa canção que se aninhou em mim.

Abraços sem fronteiras, às sensibilidades espalhadas mundo afora.

Márcio Campos

Unknown disse...

Putz entrei com um heterônimo aí acima, rsrs e aqui também, distração...mas sou eu mesmo pedalante...

PEDALANTE disse...

Jhonny
Só você mesmo...Grande dialogar

Gostou do convite, vamos pensar em 2010, no verão em terras chilenas?

marcio disse...

E no mesmo embalo, o pedal cultural é qualquer coisa de genial, isso é bem bicicletada e só poderia sair da cabeça do pedalante mesmo, hehehe...

Eu quero ler alguma coisa por lá...

Extra abraço.

Márcio Campos