quinta-feira, 17 de julho de 2008

Apenas...


QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

Mário de Andrade De Lira Paulistana

3 comentários:

Aninha disse...

Finalmente vc voltou a nos dar a honra de ler seus relatos...na boa professor! demorou...agora é só concretizarmos o nosso pedal Cultural...Adoro vocês!
bjs

PEDALANTE disse...

Pedalaremos...Culturalmente falando!

Fourier disse...

Que fotinha bonita!!!
Vamos fazer esse pedal/sarau!!

Vai ser sensacional!!!

Abraços