quinta-feira, 12 de junho de 2008

GRITAREMOS


"Sábado está aí e queria muito encontrar muitas mulheres na Praça do Ciclista!!! Como mulher, sei que existe, em muitos casos, a vergonha, os tabus, a conotação sexualizada bem brasileira da exposição do corpo feminino... com tudo isso imposto a nós desde meninas... bom, fica bem difícil se imaginar indo a esse encontro.

Mas existe muito mais do que isso. Gente, simbora! As razões para engrossarmos as fileiras femininas de sábado não são poucas. Quem é mulher, e quem repara, sabe do que a gente passa no trânsito. Não é só a covardia do motorista diante do ciclista. É a completa falta de respeito importunando aqui e ali. Expressões de baixo calão, exclamações em tom debochado, fora o desrespeito físico, que nossa... não dá ..... MESMO!

Então, estar nessa versão paulistana do WNBR é uma forma de dizer que nós também estamos ali. Também nos sentimos desnudas nessa loucura de cidade e que É NORMAL estarmos ali. Fazemos parte! Mulherada, somos trânsito!!!! Queremos respeito. E uma ótima forma para darmos mais uma pedalada adiante nisso é nos colocarmos presentes. É fazer o nosso coro. Junto de todos. Tornar cada vez mais comum a presença feminina. Integrar essa voz que exige.

Pode ser que a maioria não consiga ir à carater (rs) e, confesso, que eu tenho, sim, vergonha. Raízes... Acho que o máximo que "ouso" é algo do tipo praia. Mesmo assim não vai ser fácil, não! Mas o importante é estar lá. Mesmo vestido(a). Porque é um primeiro passo. Como as primeiras bicicletadas, com pouquíssimas pessoas, com nenhuma mulher. E São Paulo precisa se acostumar com a presença do ciclista. Trazer para o consciente (que é muito seletivo e difícil de mudar) a possibilidade da presença do ciclista. Se encantar com as pedaladas da ciclista.

Isso não é legal? Acharia lindo muitas meninas lá! Com a repercussão que isso promete, vale muito à pena mostrar que temos algo a dizer... mesmo sem falar.

Total apoio a todas as meninas. Assino com duas presenças: eu e a minha irmã.

Beijos aos que sonham e não têm medo de dar o primeiro passo (imitando os finais do Márcio, que são belíssimos!)

Chantal.
"Porque há o direito ao grito. Então eu grito." (CL) E cada um grita do jeito que quiser...

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